Pelo menos 15 pessoas morreram nesta quarta-feira (23) durante os protestos contra a ditadura de Bashar al Assad na cidade de Deraa, no sul da Síria. As informações são de uma ONG e de um site de oposição ao governo.

A página Akhbar al Sharq, que cita testemunhas, informou que entre 15 e 18 pessoas perderam a vida durante a tentativa, por parte das forças de segurança sírias, de dispersar as pessoas presentes ao funeral de outros mortos durante as manifestações ocorridas na cidade.

Também haveria um militar morto, membro do Observatório Sírio de Direitos Humanos. Segundo a ONG, ele foi agredido por seus companheiros ao se negar a atacar a mesquita de Al Umari em Deraa, na qual supostamente estavam refugiados cerca de 300 manifestantes.

Segundo o site Akhbar al Sharq, a polícia fez disparos e lançou gás lacrimogêneo contra os presentes ao funeral, causando pelo menos três mortes, entre eles uma menina de 11 anos.

A página assegura ainda que as forças de segurança usaram projéteis para abirr um grande buraco na mesquita de Al Umari para poder entrar no edifício.

Mesquita já sofreu ataque em dia anterior

Os arredores da mesma mesquita foi alvo de outro ataque nesta terça-feira (22), contra uma ambulância. Pelo menos quatro pessoas morreram, segundo a agência de notícias Sana, que atribuiu a agressão a um grupo armado.

No entanto, o Akhbar el Sharq ofereceu uma versão totalmente diferente dos fatos, e informou que "as forças de segurança atacaram cerca de mil manifestantes que estavam em frente à mesquita, matando seis pessoas.

Nos últimos dias houve protestos em várias regiões da Síria, mas sobretudo em Deraa, em favor de reformas políticas neste país, que até agora não havia sido contagiado pelas rebeliões populares de Tunísia, Egito, Líbia, Bahrein e Iêmen.

A Síria vive desde 1963 sob lei de emergência, que impede a convocação de manifestações públicas.