As forças governamentais líbias bombardearam nesta quarta-feira à noite o principal hospital de Misrata, terceira cidade do país, situada a 200 km a leste de Trípoli, declarou uma testemunha ouvida por telefone.
As forças governamentais líbias bombardearam na noite desta quarta-feira o principal hospital de Misrata, e várias casas desta terceira cidade do país, situada a 200 km a leste de Trípoli, declarou uma testemunha ouvida por telefone.
"A situação está péssima e muito grave aqui em Misrata. Os tanques estão bombardeando tudo", afirmou um porta-voz da rebelião na cidade.
Estes bombardeios acontecem depois que as forças da coalizão atacaram tropas terrestres do coronel Kadafi principalmente em Misrata onde, segundo um médico, 17 pessoas, entre elas cinco crianças, foram mortas na terça-feira por franco-atiradores e morteiros lançados pelas forças governamentais.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.