A chefe do Departamento de Estado americano, Hillary Clinton, disse nesta quarta-feira que haverá "mais anúncios nos próximos dias" sobre a participação de países árabes em operações militares na Líbia. "Estou satisfeita com a participação árabe. Prometo falar disso nos próximos dias", afirmou, durante entrevista à imprensa.

O premiê britânico, David Cameron, havia anunciado mais cedo que Kuwait e Jordânia dariam um "suporte logístico" à operação. O apoio da Liga Árabe à imposição de uma zona de exclusão aérea foi invocado pelas potências ocidentais como uma das principais justificativas aos bombardeios à Líbia desde o dia 19 de março. Mas, até agora, só Qatar mobilizou interceptadores e aviões de apoio.

O primeiro-ministro britânico disse também que havia um "grande apoio" no mundo árabe às ações militares autorizadas pela resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que autorizou a intervenção para proteger os civis na Líbia.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.