A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) garantiu nesta quarta-feira (23) que, por enquanto, não existem riscos de contaminação por radiação para a saúde humana, fora da zona que foi esvaziada da usina nuclear japonesa de Fukushima, danificada pelo terremoto e pelo tsunami do último dia 11.
O assessor-cientista da agência nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas), Graham Andrew, disse, durante uma entrevista coletiva em Viena, na Áustria, que "nenhum risco significativo para a saúde humana foi identificado até agora".
A AIEA e as autoridades japonesas estão efetuando medições de radiação não só na área do desastre, mas também além do raio de 20 km em torno da usina.
As medições do organismo em diferentes lugares, entre 30 km e 73 km de distância da central de Fukushima, mostram valores de 0,2 a 6,9 microsieverts por hora muito abaixo do considerado perigoso para os seres humanos.
Por outro lado, o porta-voz da AIEA expressou "séria preocupação" pela situação nas quatro unidades mais danificadas da central de Fukushima (1, 2, 3 e 4). A preocupação se deve à falta de dados confiáveis sobre o que acontece no interior dos reatores e nos reservatórios de combustível por conta da radiação, das altas temperaturas e da impossibilidade de restabelecer a corrente elétrica.
De acordo com Graham Andrew, só as unidades 5 e 6 da usina estão aparentemente fora de perigo imediato, já que estão inativas e resfriadas.
Fumaça tóxica
Uma nova fumaça saiu nesta quarta do reator 3 da usina de Fukushima, impedindo que os técnicos dessem sequência aos trabalhos de restauração de energia e resfriamento da central.
Embora a fumaça tenha sido atenuada a tempo, o chefe de gabinete da Presidência, Yukio Edano, pediu que os moradores de áreas próximas à Fukushima ficassem em casa e evitassem exposição ao ar, pois o vento havia dispersado a fumaça tóxica.
A preocupação é que esta nuvem radiotiva chegue à capital do país, Tóquio, onde os moradores já foram proibidos de dar água da torneira às crianças, por receio de contaminação.