O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse nesta terça-feira (22) durante visita à Rússia que a coalizão evitará mortes de civis ao focar em destruir defesas aéreas em áreas pouco povoadas e que seu país reduzirá a participação na intervenção.

As declarações foram realizadas, de acordo com a agência de notícias Reuters, na saída de uma reunião do americano com o ministro da Defesa da Rússia, Anatoly Serdyukov.

- Eu disse a ele que eu penso que a luta militar significativa que vem acontecendo deve diminuir nos próximos dias.

Apesar do poder de veto, os russos preferiram se abster na votação realizada na última semana no Conselho de Segurança que autorizava “todos os meios” para prevenir a morte de civis na Líbia pelas forças leais ao ditador do país, Muammar Gaddafi.

Nesta terça-feira há relatos de embates violentos nas cidades líbias de Misrata, Zintan e Ajdabiya. A última cidade, importante no acesso a Benghazi, considerada como capital dos rebeldes e segunda cidade do país com os seus 1 milhão de habitantes regulares, sofreu uma tentativa de tomada dos rebeldes nesta segunda-feira (21), que tiveram de recuar.

 

A emissora Al Jazeera, do Qatar, divulgou, de acordo com a agência de notícias EFE, imagens de colunas negras de fumaça crescendo na parte oriental de Ajdabiya, onde se concentram os enfrentamentos, tal como relata o correspondente.

O jornalista afirmou que há vários mortos, mas não soube precisar o número de vítimas, já que os combates continuam. Além disso, assegurou que as tropas de Gaddafi utilizaram lança-mísseis e tanques para bombardear a cidade e que alguns franco-atiradores disparam contra veículos.

A crescente violência fez com que milhares de líbios fossem deslocados no leste do país, disse nesta terça-feira Adrian Edwards, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

- Os deslocados se refugiaram em casas, escolas e abrigos comunitários. Alguns viram como suas casas eram completamente destruídas.

Otan aprova ação naval para aplicar embargo de armas contra Líbia

Os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aprovaram o uso de navios para aplicar o embargo de armas sobre a Líbia, aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, informaram à agência EFE fontes diplomáticas que não se identificaram.

A decisão foi tomada pelos embaixadores dos 28 Estados-membros em um encontro do Conselho Atlântico, órgão executivo da Otan, que discute há dias o papel da Aliança na operação internacional na Líbia.

Segundo as mesmas fontes, os embaixadores continuam discutindo outras opções, como a possível participação na zona de exclusão aérea imposta pela coalizão liderada por EUA, França e Reino Unido.