Após três tentativas frustradas de notificar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) sobre o processo aberto contra ela na corregedoria da Câmara dos Deputados, o órgão foi obrigado a informar a parlamentar por um edital de citação publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU). A partir de hoje, a deputada federal tem cinco dias para apresentar, por escrito, a sua defesa.
Jaqueline é investigada na Corregedoria por conta de denúncias de que teria recebido caixa-dois durante a campanha de 2006, em que foi eleita deputada distrital. Ela foi flagrada em vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, ao lado do marido, Manuel Neto, recebendo recursos não contabilizados na campanha. A parlamentar admitiu, em nota, ter feito caixa-dois à época.
Além dos vídeos, Jaqueline também é investigada por ter usado verba indenizatória de gabinete para pagar o aluguel de uma sala comercial em nome do seu marido.
Desde a divulgação do vídeo, Jaqueline não aparece na Câmara dos Deputados. Na última segunda-feira, após o Carnaval, a deputada apresentou um atestado médico pedindo afastamento por cinco dias. Ela deveria voltar a suas atividades parlamentares nesta segunda. De acordo com o atestado, Jaqueline está no Rio de Janeiro e, por isso, não foi encontrada na sua residência em Brasília para ser notificada pela Corregedoria.
O Conselho de Ética da Câmara, instalado na última quarta-feira, também decidiu abrir processo contra a parlamentar. Nesta semana, o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PDT-BA), deverá indicar o relator do caso. O Supremo Tribunal Federal também autorizou a abertura de inquérito contra a parlamentar.