O segundo turno das eleições presidenciais e legislativas no Haiti começou às 6h locais (8h de Brasília) deste domingo (20), com a abertura das mesas eleitorais distribuídas por todo o país, em meio às incertezas sobre o futuro da nação e com a esperança de mudanças na política e no cotidiano da população.

Cerca de 4 milhões de haitianos foram convocados às urnas para escolher em segundo turno o presidente que sucederá René Préval. Os candidatos são a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o cantor e humorista Michel Martelly. Também serão eleitos sete dos 30 senadores e 79 dos 99 deputados.

A abertura dos 1.500 centros de votação, que totalizam 11.182 mesas eleitorais, começou em aparente calma e com uma tímida afluência de eleitores em zonas como Frères e em Puits-Blain, ambas a leste da capital.

As emissoras de rádio locais também informaram sobre o início das votações nos setores de Tabarre e Laplaine, na periferia norte.

Em Cité Soleil, dezenas de cidadãos se concentravam em torno das escolas eleitorais. Wendy Petit Home, morador desse bairro e partidário de Manigat, disse que acreditava em uma elevada participação.

- O Haiti precisa de uma mudança de imagem, uma mudança social e uma mudança econômica.

Segundo Home, a população está sensibilizada e vai votar para buscar soluções às dificuldades que afetam zonas como essa, "onde há muitos problemas de falta de casa, água potável, eletricidade, desemprego e educação".

A votação transcorre sob vigilância das tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), da Polícia Nacional do Haiti e da Polícia da ONU, que trabalham em um amplo dispositivo de segurança para evitar incidentes.

Em uma manhã de pouco trânsito nas ruas, milhares de haitianos costumam ir à missa logo cedo, e por isso a presença nas urnas deve aumentar à medida que o dia avança.