O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que não há qualquer motivo para o governo rever seu programa nuclear. Segundo ele, as falhas registradas em usinas no Japão não têm chance de ocorrer no Brasil.
Isso porque as usinas de Angra dos Reis foram feitas com "a melhor tecnologia existente", inclusive com estudos sobre o comportamento das marés na região por um período de mil anos e a construção de anteparos. Políticos, cientistas e ambientalistas pediram, no entanto, a ampliação do debate.

- Não temos nenhuma necessidade de revisão em nada a não ser aprender com o que ocorreu no Japão - afirmou Lobão. - As dificuldades que as usinas de lá tiveram as nossas não terão. As nossas têm uma proteção maior. Nós não temos razão nenhuma para preocupação maior. Vamos prosseguir com o nosso programa.

O governo planeja construir, no mínimo, mais quatro usinas nucleares até 2030, num total de 4 mil megawatts (MW), além de Angra 3 cujas obras estão em andamento, depois de terem ficado paradas por 24 anos. O país tem em operação as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 com um total de 2 mil MW de potência.

- Não acho que esse problema no Japão venha a interromper o programa nuclear no Brasil. O país não tem outra saída para atendimento da demanda futura por energia, do que as nucleares - destacou o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear, Odair Dias Gonçalves

Em Alagoas

O secretário de Minas e Energias do governo de Alagoas, Geoberto Espírito Santo disse no mês passado que “A construção das duas primeiras usinas nucleares do Nordeste, caso Alagoas seja um dos escolhidos pelo governo federal, sem sombras de dúvidas, representaria a diminuição das diferenças econômicas e sociais na própria Região Nordeste”.

“Isso seria uma espécie de equilíbrio do ponto de vista econômico e social e respaldaria, inclusive, a proposta da presidente Dilma Roussef, que em seus pronunciamentos, sempre ressalta a necessidade da diminuição dessas diferenças. Uma usina desse porte redistribuiria riquezas de todos os pontos de vista, principalmente para um Estado pobre como Alagoas”, completa Geoberto.

Junto com Alagoas, estão no páreo pela implantação das usinas nucleares os estados de Bahia, Sergipe e Pernambuco. “Mas é bom deixar claro que essa será uma decisão política do governo federal porque esses quatro Estados já são locais tecnicamente definidos e habilitados para receber as usinas”, destaca o engenheiro