O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão causaram mortes e devastaram cidades do país asiático. Um dos jogadores brasileiros que atuam no futebol japonês, o volante Fabinho, ex-Corinthians, Santos e Cruzeiro, declarou em entrevista ao Terra, o drama que vive em Yokohama, cidade próxima a Sendai, um dos locais mais afetados pelo desastre natural.
Em sua segunda passagem no Japão, anteriormente o atleta defendeu o Cerezo Osaka em 2004 e 2005, Fabinho afirmou que não existe dinheiro que pague o sofrimento que sua família está passando. O volante não recomenda que um jogador assine por um clube do país. "Não vale a pena, porque você está lidando com vidas humanas. O bem estar da sua família. Ver sua filha chorando, sua mulher assustada não tem preço. É uma situação que eu estou pensado (em voltar ao Brasil). Não tem dinheiro no mundo que vale a vida humana".
O jogador sabe que dificilmente conseguirá a liberação do Yokohama Marinos para voltar ao Brasil, apesar de todo o sofrimento que está vivendo. "É conversar. Tem um contrato que eu assino pensando em cumprir. Mas precisamos estar bem, a cabeça tem que estar bem pra fazer um bom trabalho. Estamos assustados e ficamos ainda mais vendo os japoneses assustados. Se agravar mais e a situação ficar mais insustentável, acho que eles mesmo vão nos chamar e ver o que pode ser feito. A nossa preocupação a principio é a nível de familia", explicou.
A grande preocupação de Fabinho é a sua família. O jogador está no Japão com a mulher e dois filhos. A menina, (filha mais velha), está muito abalada após o terremoto que afetou a cidade de Yokohama. "Tenho dois filhos. Uma tem nove e e outro de 3 anos. A minha filha está muita abalada. Me avisaram que devido ao choque das placas tectônicas, depois de uma semana ainda vai dar uma balançada. E qualquer vento que dá começa tremer a janela e ela começa a chorar e isso balança a coração", disse o jogador, que espera mandar a família de volta ao Brasil o mais rápido possível.
"O coração está pedindo. Você não está sozinho. Tem a família, os filhos estão aqui. Estamos conversando. Pelo menos a família voltando eu fico mais tranquilo. O clube está dando apoio e suporte. Tudo o que eles podem fazer eles estão fazendo", explicou. "Se a família pudesse ir amanhã (terça-feira) eu já estaria muito tranquilo".
O terremoto na região de Yokohama, cidade portuária, fez com o que os moradores do local estejam com dificuldades em conseguir alimentos e águas. Com isso, a família de Fabinho começa a ficar sem suprimentos básicos. "A situação já começou a ficar mais estreita. Desde há dois, a nossa cidade já está começando a racionar água, leite, energia, que seria dois períodos ao dia. Agora os mercados estão vazios. Você já não encontra mais leite, pão, alimentos básicos. Restaurantes estão praticamente todos fechados", concluiu o atleta.