Um tremor de 8,9 graus na escala Richter sacudiu nesta sexta-feira (11) o Japão, país de 126 milhões de habitantes e lar de 254 mil brasileiros, segundo o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores).

 

Os brasileiros relatam momentos de pânico após o terremoto, o mais forte em 140 anos a atingir o arquipélago. E o alerta de tsunami, lançado para mais de 20 países após o tremor, também preocupou quem estava em outros pontos do Pacífico, como a atriz Dani Suzuki - ela passa férias no Havaí, arquipélago que pertence aos Estados Unidos.

Veja abaixo depoimentos de brasileiros após o tremor:

Edelson Barbieri Finozzi, 44 anos, professor de inglês, morador de Tóquio

"Tudo bem agora, mas foi punk. Você não tem ideia como é assustador você estar num prédio que balança como uma rede. Foi um dia cansativo mas eu estou na casa de um amigo. Os trens já estão funcionando, mas tem tanta gente que vou passar a noite aqui. O pior agora são os aftershock [tremores secundários]."

Dani Suzuki, atriz, de férias no Havaí

"Esvaziaram meu hotel na praia. Estou indo com Fábio [namorado e pai de seu filho] para casa de um amigo aqui num lugar um pouco mais alto. Estamos ao lado de amigos brasileiros e na casa de uma amável havaiano num lugar um pouco mais longe da praia e numa ladeira...Oh Deus!"

"Há pessoas empurrando carrinhos com água e lanternas. Estamos somente aguardando e de olho nas notícias. Surreal... Estamos tentando manter a calma. Eu ,Fábio e o bebê Kauai [namorado e filho de Dani, respectivamente] estamos rezando e pedindo proteção a Deus pra que ninguém por aqui se machuque"

Leia a íntegra da entrevista

Joyce Davini Nishiyama, 31 anos, moradora de Tóquio

"Estava almoçando sozinha e começou a tremer tudo. Achei que ia parar, mas como continuou, saí correndo. Quando abri a porta do escritório, um armário caiu na minha frente. Fiquei paralisada, olhando tudo cair a minha volta."

"Fiquei com muito medo mesmo de o prédio todo cair. [...] As paredes estavam rachadas em vários andares."

"Na hora do terremoto não consegui fazer e nem pensar em nada, só fiquei rezando e pedindo para parar. [...] Nessas horas, a primeira coisa que passa pela nossa cabeça é voltar para o Brasil."

Leia a íntegra da entrevista aqui

Lima Makyama, moradora de Shizuoka

"Nessas horas não conseguimos pensar em nada, apenas orávamos internamente."

"A gente se esquece da gente, colocando os outros em primeiro lugar" (ela trabalha em uma escola infantil)

"Eu estava saindo do trabalho para o meu descanso de dez minutos e nem senti o terremoto. Em seguida, meu marido me ligou perguntando se estava tudo bem. Eu nem sabia que tinha acontecido o terremoto. Ele relatou que balançou bastante na fábrica onde ele trabalha."

"Onde moro não fica perto do litoral. Nas praias mais próximas de onde eu moro aconteceram tsunamis de 50 cm, mas houve lugares em que a água invadiu as ruas e os estacionamentos."

Leia a íntegra da entrevista

Tiago Lopes, 28 anos, pesquisador, vive em Tóquio

“Foi forte pra caramba. Eu vi o café dançar sobre a mesa. Mas daí foi ficando mais forte. Os livros começaram a cair da estante. A luz balançou. Todos foram para debaixo do batente da porta. Aí um correu para fora, escada abaixo e todos fomos atrás. Lá fora vimos os prédios balançarem. Jurei que iam cair, mas a arquitetura japonesa é inacreditável”.

“No começo, todos ficaram confusos, tipo ‘vai parar ou não’. Mas, depois, todo mundo já sabia o que fazer. Ou seja, correr para fora com a mochila de emergência. Existe um alto treinamento. As pessoas colocam os capacetes, e as crianças uma espécie de identificação. É tudo muito organizado. Mas quando viram o prédio balançar de um lado para o outro, todo mundo gritou”.

Veja a íntegra da entrevista

Roberto José Silva, cantor brasileiro, vive em Shizuoka

“Estou apavorado. Estava dormindo e, por volta das 5h, aconteceu. Foi um desespero total”.

“Moro em um prédio de cinco andares e lá balança demais. Aqui na casa da minha sogra é térreo e mais fácil de correr. Se balançar pego a minha filha e saio voando daqui”.