As revelações do Wikileaks abalaram o mundo da política e da diplomacia. Uma cópia recém-lançada do site tem a mesma intenção, mas no âmbito de universidades pelo mundo.

Por enquanto, o Unileaks liberou dados confidenciais da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha, e da RMIT (Instituto de Tecnologia de Melbourne), na Austrália.

Entre os documentos vazados da faculdade britânica está uma carta do vice-conselheiro (cargo similar a vice-reitor) em que ele traça uma estratégia para ampliar a atuação da universidade, com vistas a atingir o "top ten" das instituições da Grã-Bretanha.

Entre as medidas propostas estão a demissão de professores e funcionários (o gasto com pessoal representa 42% do orçamento universitário) e a eliminação de cursos sem retorno financeiro.

Os documentos podem ser lidos aqui

O próximo alvo é atingir universidades nos Estados Unidos e, no futuro, obter documentos confidenciais de outros países.

Anônimo

Os principal ativista do Unileaks é um ex-universitário australiano, que não revela sua identidade. Sua origem é a mesma de Julian Assange, o homem por trás do Wikileaks.

Em cartas abertas enviadas aos reitores de universidades nos Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha, ele afirma que o objetivo do Unileaks é impedir que instituições de ensino superior do mundo se entreguem "para a lógica do comércio".

Segundo o ativista, grandes universidades não oferecem mais benefícios aos funcionários como antigamente e estão transformando os alunos “em meros clientes do ensino superior.

O criador do Unileaks afirma que as instituições de ensino recebem muitos recursos dos governos dos países e que a população tem direito à transparência sobre as ações.

Fofocas

O "clone" universitário funciona da mesma forma que o Wikileaks: recebe documentos enviados por pesquisadores, professores e estudantes. Uma equipe do Unileaks filtra o conteúdo recebido, para publicar no site.

O jornal norte-americano The Chronicle of Higher Education conseguiu entrevistar o administrador do Unileaks. Ele ressalta que o site não está interessado em rumores e fofocas.

- Nós filtramos o conteúdo [que recebemos], achamos melhor não deixar os usuários publicarem os documentos que possuem. Estamos em busca de material confidencial de conteúdo político, ético, diplomático ou histórico que seja relacionado com o universo do ensino superior. Não aceitamos fofoca.

O ativista já prepara uma nova ação do site. Ele teria recebido uma quantidade “enorme” de informações de uma “grande universidade da Grã-Bretanha” que devem ser divulgadas nas próximas semanas.

Wikileaks

O Unileaks é parecido com outros "discípulos" do Wikileaks, como o Greenleaks, que vaza informações de conteúdo ambiental. O site de Julian Assange fez fama ao publicar informações internas vindas de serviços de inteligência, de segurança e de empresas, vazados de países como os EUA, Alemanha, França e outras nações.

Os dados eram enviados por diversas fontes, muitas delas funcionários do próprio governo. Assange, o fundador do Wikileaks, foi detido por acusações de assédio sexual e estupro contra duas suecas - o país considera estupro o sexo sem camisinha, o que é configurado como crime.

Assange se entregou à polícia do Reino Unido no dia 7 de dezembro de 2010, onde cumpre prisão domiciliar. Na última semana, ele foi julgado e pode ser extraditado para a Suécia. O fundador do Wikileaks ainda pode recorrer da decisão.