De pouco mais de 20 mil reais que foram repassados nesta segunda-feira, 21, como parte do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a Prefeitura de São Braz só ficou com apenas mil reais e sessenta e dois centavos. Todo o restante do dinheiro foi seqüestrado pela Justiça do Trabalho, a fim de pagar dívidas trabalhistas. O prefeito Antônio Neto anda louco com essa situação. Por sinal, há meses ele vem enfrentando esse problema até chegar a um total de quase 600 mil reais que ainda tem pela frente. Neto atribui esse abacaxi aos ex-prefeitos Carlos Cavalcante (aquele que foi deputado estadual por três anos na gestão passada) e Reginaldo Matias da Silva, que de forma irresponsável mergulharam o município em sérios problemas de dívidas.
Por conta de grandes problemas, o prefeito Antônio Neto já adiantou que este ano não fará Carnaval na cidade; e o pior; ameaça fechar o Hospital Regional, por falta de grana e um apoio maior do estado. Disse que mensalmente desembolsa da Prefeitura cerca de 70 mil reais, para o Hospital, o que é muito para um município com um porte financeiro bastante baixo; sobretudo vivendo hoje mergulhado em dívidas. Dívida, que obrigatoriamente vem sendo paga por força de seqüestro na boca do caixa bancário. “O que o Estado repassa para a manutenção do nosso Hospital é muito pouco, e essa questão mais uma vez eu vou levar pessoalmente para o Governador”, prometeu.
Outro dilema que o prefeito Antônio Neto enfrenta em sua administração é quanto à aprovação no ano passado por parte dos vereadores, sobre o elevado aumento de três salários mínimos para 20, isso quanto ao valor do RPV, que é o Requisitório de Pequeno Valor estabelecido para a Prefeitura a pagar a quem deve de forma imediata. O prefeito explica que as questões trabalhistas até então eram limitadas dentro das condições da Prefeitura, que eram de três salários mínimos; ou seja, quem tivesse pouco mais de 1.500 reais, recebia automaticamente. Mas os vereadores, segundo ele, entenderam de forma maliciosa, que o ideal seria de 20 salários mínimos, o que veio acarretar ainda mais a situação dos cofres públicos para tocar a máquina. Pelo andar da carruagem, o prefeito tende a ficar com a garganta engasgada e certamente terá que recorrer ao seu milagreiro e padroeiro do lugar, São Braz, conhecido o santo desse tipo de enfermidade.