O presidente do Egito, Hosni Mubarak, deixou o Cairo nesta sexta-feira (11) acompanhado de sua família, informam vários veículos de imprensa em árabe. Eles teriam partido em uma aeronave que decolou de uma base militar na capital egípcia. As redes de TV americanas CNN e NBC também veicularam a notícia, ainda não confirmada oficialmente.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, deixou o Cairo nesta sexta-feira (11) acompanhado de sua família, informam vários veículos de imprensa em árabe. Eles teriam partido em uma aeronave que decolou de uma base militar na capital egípcia. As redes de TV americanas CNN e NBC também veicularam a notícia, ainda não confirmada oficialmente.
A TV Al Arabiya informou que Mubarak e sua família deixaram o Cairo rumo a um local desconhecido, partindo de uma base militar num subúrbio da capital. A emissora não informou qual era sua fonte. Uma alta fonte militar contatada pela agência de notícias Reuters não quis comentar a informação.
A Al Arabiya havia informado inicialmente ter "notícias" de que Mubarak e a família haviam deixado o Egito.
A oposição realiza nesta sexta-feira o 18º dia de protestos contra o presidente. Além da praça Tahrir, tomada pelos manifestantes, a multidão também está próxima do palácio presidencial e da TV pública. As Forças Armadas apenas fazem barreiras para que não haja invasões.
Além do Cairo, há protestos em Alexandria, Mansura, Damnhur, Tanta, Mahalla, Asuit, Sohag, Bani Sawfi, Suez, Port Said e Damietta, informou o jornal britânico The Guardian.
O opositor e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, disse que o Egito ia explodir e que o povo estava nas ruas, de acordo com a CNN. Ele é um dos possíveis nomes para conduzir o país a eleições - até o momento previstas para setembro - e também provável candidato, apesar de morar há muitos anos no exterior.
Exército fica em cima do muro
O Conselho Superior das Forças Armadas do país, presidido pelo ministro da Defesa, general Mohamed Hussein Tantaui, se reuniu nesta sexta-feira e anunciou que apoiava as medidas anunciadas na véspera pelo presidente. O órgão voltou, por outro lado, a manifestar seu apoio "às legítimas reivindicações do povo" e afirmou que está "estudando medidas" para defender os interesses do país.
Em meio aos rápidos desenvolvimentos no Egito e a relatos conflitantes sobre como será a transição de poder, a pergunta sobre o paradeiro de Mubarak ocupa o centro dos debates na imprensa internacional, segundo a Al Arabyia.
Enquanto a TV estatal do Egito ainda informava que Mubarak preparava um novo comunicado, a ser transmitido ao vivo do palácio do governo, outros veículos de notícias egípcios sugeriam que o presidente já teria partido para o resort de Sharm el Sheikh em um avião militar e estaria acompanhado do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, o tenente-general Sami Annan.
Outros indicavam que Mubarak teria partido para um paradeiro desconhecido. A rede de TV Al Hurra, sediada nos Estados Unidos, informou que Mubarak teria ido para os Emirados Árabes Unidos, a caminho de Dubai.
Mubarak transferiu poderes ao vice
Mubarak, em seu anúncio desta quinta-feira (10), praticamente concedeu os poderes de governo do país ao vice-presidente, Omar Suleiman, nomeado por ele após o início dos protestos em massa que passaram a ocorrer desde 25 de janeiro.
Suleiman, chefe do serviço secreto de Mubarak, é visto com desconfiança pelos manifestantes, por ser tido como alguém muito próximo do presidente.
Aos 82 anos, Mubarak governa o Egito desde 1981. Há relatos de que diplomatas teriam oferecido a ele uma “saída honrosa”, abdicando para fazer tratamento médico na Alemanha. Conhecido por seu orgulho, ele rejeitou categoricamente o proposta, de acordo com relatos publicados pelas imprensas francesa e a alemã.