Frustrando expectativas de opositores, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, não renunciou ao cargo nesta quinta-feira e apenas reiterou seu "compromisso" de entregar o poder ao vencedor das eleições de setembro no país, à qual prometeu novamente não concorrer. Por outro lado, o líder egípcio disse que transferirá parte de seus poderes a seu vice, Omar Suleiman, mas não especificou quais poderes exatamente.
"Como presidente, tenho que responder a seus chamados, mas não aceitarei ou ouvirei intervenções do exterior", disse Mubarak em um aguardado pronunciamento na TV estatal egípcia, em resposta às pressões externas por sua saída do poder. Mubarak se disse "orgulhoso" dos egípcios e "comprometido em cumprir minha responsabilidade de entregar (o poder) a quem for eleito em eleições livres (previstas para setembro)".
Algumas horas antes, o presidente dos EUA, Barack Obama, havia declarado que "está claro que estamos vendo um momento histórico (no Egito)". "É um momento de transformação, porque o povo egípcio está pedindo mudanças. Uma nova geração quer que sua voz seja ouvida", disse Obama, em discurso no Estado do Michigan. "Os EUA farão o que puderem para apoiar uma transição ordeira e genuína à democracia."
Há dez dias, Mubarak - que governa o Egito há quase três décadas - havia anunciado que não concorreria à reeleição, em setembro, uma concessão que foi considerada insuficiente pela maioria dos opositores ao seu governo.