O Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA) afirmou nesta sexta-feira que mais de cem pessoas morreram em confrontos que se seguiram a um ataque de rebeldes no sul do Sudão. De acordo com um porta-voz do Exército, 39 dos mortos eram civis.
Os choques entre homens leais ao líder rebelde George Athor e do SPLA ocorreram em meio aos preparativos para a independência do sul do país em relação ao norte - que foi decidido em referendo realizado em janeiro.
Cerca de 99% da população do sul do Sudão votaram pela secessão em relação ao norte, e o Sudão do Sul deve se tornar o mais novo país do mundo no dia 9 de julho.
Athor tornou-se um líder rebelde ano passado, afirmando que houve fraudes em eleições regionais no sul, mas firmou um cessar-fogo com o SPLA- principal instituição integrante do governo da região autônoma do sul - no mês passado, pouco antes do referendo.
Além dos civis, 20 integrantes das forças de segurança do Sudão do Sul foram mortas no ataque, além de 30 rebeldes, segundo o porta-voz do Exército Philip Aguer.
Os choques ocorreram perto da cidade de Fangak, no Estado de Jonglei - o mais populoso do sul.
Quando Athor se rebelou contra as autoridades do sul do país em abril do ano passado, ele foi acusado de ser usado pelo norte para gerar instabilidade na região e tentar impedir a realização do referendo - acusações que o governo sudanês, com sede em Cartum, negaram.
Ele concordou em firmar um cessar-fogo com o SPLM dias antes do referendo, apesar de não ter comparecido à cerimônia. Athor acusa o SPLA de atacar seus soldados, mas disse que estava aberto a novas rodadas de conversa.
O repórter da BBC na capital do sul do país, Juba, diz que os confrontos são mais um sinal dos desafios que o Sudão do Sul enfrentará, tanto para integrar sua população quanto para aumentar a segurança.