A Justiça britânica decide nesta sexta-feira (11) se extradita o ativista australiano Julian Assange à Suécia. O criador do site WikiLeaks, que vazou informações confidencias do governo americano, é acusado de abuso sexual no país nórdico.
Assange nega as acusações e considera que o caso está politicamente motivado, em consequência da divulgação pelo WikiLeaks e muitos jornais de centenas de telegramas confidenciais da diplomacia americana, além de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e Afeganistão.
A acusação de estupro foi apresentada por duas mulheres, com quem Assange teve relações sexuais sem usar preservativo – considerado abuso sexual na Suécia.
Os advogados de defesa, que pretendem lutar até o último recurso contra a extradição, anunciaram que alegarão ao juiz que a demanda não se justifica porque Assange não foi acusado formalmente a respeito das agressões denunciadas por duas mulheres suecas em agosto de 2010.
A defesa do fundador do WikiLeaks também alegará que se a Justiça britânica aceitar o pedido sueco "existe um risco real" de que o governo dos Estados Unidos busque a "extradição ou entrega ilegal" do australiano e de que, neste caso, termine em Guantánamo ou corra o risco de ser condenado à pena de morte.
A Justiça americana iniciou uma investigação contra Assange, mas até o momento não apresentou nenhuma acusação.
Ex-colega se volta contra Assange
Um programador alemão, dissidente do WikiLeaks, denunciou nesta quinta-feira (10) o comportamento "irresponsável" do ex-sócio, ao apresentar seu livro de "revelações" sobre a organização.
Daniel Domscheit-Berg, de 32 anos, que se apresenta como ex-braço direito de Assange, com quem trabalhou durante três anos antes de romper em setembro, afirmou que este último era um "antissocial" que passava seu tempo dissimulando a verdade aos seus colegas, e pretendia chefiar tudo.
Ele disse que "crianças não deveriam brincar com armas de fogo", ao mencionar a forma como Assange usava, segundo ele, informações confidenciais.