A má fama no exterior obtida em decorrência da propaganda negativa de concorrentes comerciais, em especial na Europa, além de episódios eventuais de doenças como a febre aftosa, ajudaram a piorar a fama da carne brasileira no exterior. Além de campanhas institucionais que serão promovidas pelo ministério da agricultura, os pecuaristas brasileiros apostam no Congresso Internacional da Carne, que se realizará em junho, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para melhorar a imagem do produto nacional.

"As vendas da carne bovina brasileira vêm crescendo em volume, mas paradoxalmente houve a piora da imagem do produtor brasileiro ante o comprador. Essas ações, como o congresso, têm por objetivo demonstrar que o produtor não é um vilão. Queremos mostrar uma imagem mais correta do produtor brasileiro", afirmou o vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Ademar Silva Júnior.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor de Amorim Nogueira, relembrou a instituição do Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos), pelo Ministério da Agricultura, para aumentar o controle e o acompanhamento da cadeira produtiva.

"Contudo, por melhor que fosse a ferramenta, ainda havia muita burocracia, apesar de as regras serem ainda mais rígidas do que as pedidas pela União Europeia. Custava caro para se credenciar, e a própria indústria não se interessou de pagar esses custos extras para o produtor. Então houve algumas fraudes, e os europeus usaram esses problemas para afirmar que as regras não eram cumpridas. É uma disputa comercial", afirmou Nogueira.

Agora, a CNA, em parceria com o Ministério, está desenvolvendo um banco de dados nacional que será implementado para garantir a rastreabilidade, indo ao encontro do esperado pelos europeus. O Congresso também é parte importante entre as medidas para resgatar a imagem, por trazer importantes pessoas ligadas ao mercado mundial da carne.

"Vamos mostrar nesse congresso o cumprimento de todas as normas sociais e ambientais, mostrar esse outro lado, que o Brasil é eficiente mesmo cumprindo todas as regras na pecuária", afirmou Nogueira.