O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira (10), com o mercado atento à postura do governo após mais um sinal de disposição para intervir contra a valorização do câmbio.
A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 1,688, com alta de 0,11%.
No Diário Oficial desta segunda-feira, o governo publicou uma resolução que autoriza o Fundo Soberano a realizar operações com derivativos cambiais. A medida foi vista por especialistas como um passo prévio para possíveis leilões de swap cambial reverso, nos quais o governo compraria dólares no mercado futuro.
Mais cedo, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que as pessoas podem esperar "mais medidas no mercado futuro". O objetivo do governo ao combater a valorização do real é proteger as exportações.
A jornalistas, no fim da tarde, Mantega acrescentou que uma eventual oferta de swap cambial reverso não incorreria em perdas para o governo porque as autoridades têm "certeza" de que não haverá valorização do real.
"Parece que o Brasil está muito, muito sério no objetivo de frear a queda do dólar", escreveu Win Thin, chefe global de estratégia para mercados emergentes do banco Brown Brothers Harriman. "Mas os investidores têm tido interesse em vender dólares quando ele supera R$ 1,70 e R$ 1,72. Será interessante ver se essa mentalidade continua."
De acordo com Jorge Lima, consultor financeiro da corretora Previbank, "as ações tomadas pelo Banco Central frearam a queda do dólar'. Ele fazia referência à imposição de um depósito compulsório sobre as posições vendidas dos bancos, anunciada pelo BC na semana passada. "A dúvida agora é se ele vai atuar pelo Fundo Soberano."
O contrato FRA (forward rate agreement) de cupom cambial de vencimento mais curto, uma indicação dos juros em dólares no Brasil, caía a 2,05% no final da tarde. A taxa subiu a até 3,20% na semana passada com os ajustes de posição após o anúncio do compulsório. Um eventual swap reverso provocaria uma queda do cupom cambial.
A alta do dólar foi maior pela manhã, no entanto, com a desvalorização do euro diante da preocupação com a dívida de Portugal. Enquanto o mercado brasileiro fechava, porém, o euro se valorizava 0,3%, recuperando-se das mínimas em 4 meses atingidas no começo do dia.




