Eleitores que residem em quatro comunidades rurais situadas em Penedo podem votar pertinho de casa já nas próximas eleições. A possibilidade foi aberta com o retorno do local de votação em escolas situadas nos povoados Palmeira Alta, Ponta Mufina, Marituba do Peixe e Tabuleiro dos Negros, redistribuição de 42 seções eleitorais pelo juiz Luciano Américo Galvão, processo iniciado antes da conclusão de sua permanência à frente da justiça eleitoral em Penedo.
O prosseguimento da iniciativa passa a depender em 2011 do magistrado Claudemiro Avelino de Souza, que assume este ano a função que era de responsabilidade do colega Luciano Galvão. Enquanto o juiz eleitoral anterior aponta vantagens para a medida, o seu sucessor vê com reserva o retorno de locais de votação para seções atendidas pela 13ª Zona Eleitoral de Alagoas para a zona rural.
Claudemiro Avelino considera a questão delicada
“A questão é delicada, eu já fiz eleições municipais aqui mesmo em Penedo, com transporte coletivo eficiente e controle rigoroso do serviço, concentrando os locais de votação na cidade que foi a primeira a aparecer na tela do TSE no ano 2000”, argumentou o juiz Claudemiro Avelino para a reportagem do aquiacontece.com.br, acrescentando que conversou com Luciano Galvão sobre o assunto e que também ouvirá lideranças locais sobre a proposta que envolve diretamente cerca de 18 mil eleitores residentes na zona rural de Penedo.
“A justiça eleitoral teve um custo de cerca de R$ 33 mil, por turno, nas eleições de 2010, somente com locação de ônibus, combustível e motorista. Com a votação nesses quatro povoados, não haverá custo para justiça, apenas para os partidos que devem trazer o pessoal até o cartório eleitoral em Penedo para realizar o recadastramento”, disse o juiz Luciano Galvão, acrescentando que a situação de desconforto gerada com o deslocamento de eleitores da zona rural para a cidade nos dias de votação. O maior ponto de concentração dos eleitores da zona rural que votam em Penedo funciona no CAIC.
“Em muitos casos, são pessoas que não dispõem de recursos nem para o transporte e nem para alimentação e terminam passando o dia todo fora de casa. Além disso, no encerramento da votação, sempre fica eleitor perdido na cidade”, disse o juiz Luciano Galvão em defesa do projeto já encaminhado.
Sobre a possibilidade de fraude nas urnas que deveriam funcionar na zona rural, o magistrado avalia que a situação acontecia “antigamente, na época das urnas de lona e cédula de votação por escrito”, hipótese que praticamente afasta com o uso das urnas eletrônicas e, dentro em breve, do sistema biométrico em todo o Estado.
Para que o retorno dos locais de votação para a zona rural se concretize, é preciso dar prosseguimento ao processo por meio de edital. Caso o documento venha ser publicado, os eleitores residentes na zona rural que quiserem votar em locais mais próximos de onde moram devem comparecer ao cartório eleitoral para realizar a mudança.
“A transferência será feita desde que o eleitor comprove o endereço no povoado informado”, procedimento que necessitará de ampla campanha de divulgação para informar aos eleitores e da participação efetiva de líderes comunitários no deslocamento dos eleitores.