A Justiça francesa anunciou nesta segunda-feira (6) uma multa de R$ 446 mil (200 mil euros) à empresa americana Continental Airlines, que foi considerada penalmente responsável pelo acidente com o avião Concorde que matou 113 pessoas no ano 2000, nas proximidades de Paris.

O tribunal de Pontoise, perto da capital francesa, também condenou a empresa americana a pagar R$ 2,23 milhões (1 milhão de euros) por danos e prejuízos à Air France, ocorrido dois minutos depois da decolagem do Concorde com destino a Nova York.

Um documento do Escritório de Investigações e Análises (BEA), autoridade francesa encarregada dos aspectos técnicos da investigação, informa que o acidente foi provocado por uma lâmina de titânio que se desprendeu de um avião DC-10 da Continental Airlines que acabara de decolar do aeroporto Charles de Gaulle.

Uma roda do Concorde explodiu depois de passar sobre a lâmina, de acordo com o BEA, e as peças expelidas provocaram um buraco no tanque de combustível, o que causou um vazamento e um incêndio. As chamas causaram a primeira e única queda da história do Concorde, avião de passageiros que voava acima da velocidade do som.

A Continental Airlines nega qualquer responsabilidade no acidente e alega que o avião pegou fogo antes de tocar a lâmina em questão. Depois da tragédia, os Concorde da Air France e da British Airways permaneceram 15 meses em terra. Os aviões deixaram de operar em 2003.

A frota de Concorde, que iniciou os voos comerciais em 1976, tinha 20 aeronaves. Muitos faziam voos transatlânticos a velocidades superiores a 2.170 km/h. Uma viagem entre Paris e Nova York demorava menos de quatro horas.