As autoridades do Irã confirmaram que um terrorista suicida detonou os explosivos que trazia junto ao corpo nesta quarta-feira (15), em uma mesquita na cidade iraniana de Chabahar, matando pelo menos 39 pessoas e ferindo 50. O ataque ocorreu durante a cerimônia religiosa da Ashura.
Mahmud Mozafar, do Crescente Vermelho (a Cruz Vermelha nos países islâmicos), confirmou o número de mortos.
- De acordo com o último balanço de vítimas, 39 pessoas morreram e 50 ficaram feridas no atentado ocorrido perto da praça Farmandari, na explosão ocorrida em meio a fiéis que participavam de uma procissão.
Ele citou uma segunda explosão, dizendo que "um indivíduo andou até algumas ambulâncias do Crescente Vermelho e se explodiu".
O prefeito de Chabahar, Ali Bateni, negou informações de que uma segunda explosão tivesse acontecido, afirmando que havia dois, e não três terroristas.
Grupo sunita assume autoria do ataque
O grupo rebelde sunita Jundallah (Soldados de Deus) reivindicou a autoria do atentado em um comunicado, publicado em seu site. A Ashura é o maior ritual do ramo muçulmano xiita, rivais dos sunitas.
O comunicado do grupo diz que "a operação é uma vingança pelo enforcamento do chefe do movimento, o emir Abdolmalek [Righi, preso em fevereiro e enforcado em junho]". Diz ainda que "o objetivo destas operações é expulsar os agressores [iranianos] do Baluchistão".
Ao contrário da maior parte do país, a Província do Sistão-Baluchistão (onde fica a cidade de Chabahar) possui uma grande comunidade sunita, e tem sido alvo nos últimos anos de vários ataques do Jundallah.
Em julho, o grupo assumiu a responsabilidade por um violento ataque contra a Grande Mesquita de Zahedan, capital da Província, cujo alvo eram agentes da Guarda Revolucionária iraniana. Vinte e oito pessoas morreram.
Irã é o maior país xiita do mundo
O ataque coincidiu com a véspera do último dia da Ashura, uma das principais celebrações do calendário xiita, quando multidões de fiéis tradicionalmente lotam as mesquitas iranianas. O Irã tem a maior população xiita entre os países islâmicos.
A Ashura é o maior ritual de luto do xiismo, e relembra a morte do Imã Hussein, neto de Maomé e terceiro Imã do islã xiita, morto na batalha de Karbala em 680 pelas forças do califa Yazid.