O diretor americano Michael Moore afirmou nesta terça-feira (14) ter oferecido cerca de R$ 34 mil (US$ 20 mil) ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para ajudá-lo a pagar sua fiança em Londres, e a seu próprio site e servidores para ajudar o WikiLeaks a revelar segredos do governo.

Em um comunicado postado no site thedailybeast.com, Moore disse ter enviado na última segunda-feira (13) ao tribunal britânico um documento no qual indica estar disposto a pagar essa quantia para ajudar Assange a sair da prisão sob fiança.

O australiano está preso em Londres sob a acusação de ter cometido crimes sexuais na Suécia. Muitos veem motivação na prisão do criador do WikiLeaks, site que recentemente decidiu publicar mais de 250 mil documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos.

Moore, cujos documentários também irritaram o governo dos Estados Unidos e líderes empresariais, criticou as acusações apresentadas contra Assange.

- Tudo o que peço é que não sejam ingênuos sobre como o governo trabalha quando decide ir atrás de sua presa. Por favor, jamais acreditem na 'história oficial'.

Moore disse ainda que, culpado ou inocente, Assange tem o direito de se defender.

O cineasta também ofereceu a ajuda de seu site, seus servidores, seus domínios e qualquer coisa que "possa ajudar a manter com vida e em desenvolvimento o WikiLeaks enquanto continuar com sua tarefa de expor os crimes que foram tramados em segredo e feitos em nosso nome e com o dinheiro de nossos impostos".

- Franqueza, transparência: estas são as poucas armas que a cidadania tem para se proteger dos poderosos e corruptos... e isso é o que faz o WikiLeaks. O apoio ao WikiLeaks é um verdadeiro ato de patriotismo. Ponto.


 

Os filmes mais famosos de Moore são Tiros em Columbine (2002) e Fahrenheit 11 de Setembro (2004).

O primeiro tem como ponto de partida o massacre ocorrido em uma escola americana para criticar a cultura armamentista do país e a facilidade para se adquirir uma arma nos EUA.

O segundo narra acontecimentos ligados aos ataques de 11 de Setembro e supostas conexões da família do então presidente George W. Bush com a família do terrorista Osama bin Laden, na Arábia Saudita.