A Grécia é palco de confrontos violentos entre manifestantes e polícia nesta quarta-feira, em meio à greve convocada em protesto ao pacote de medidas de austeridade fiscal adotadas pelo governo. A estimativa é de que aproximadamente 20 mil pessoas participam de passeatas nesta manhã.

Os confrontos provocaram danos menores em propriedades no centro de Atenas, na Praça Syntagma, próxima ao Parlamento. Manifestantes lançavam pedras e coquetéis Molotov contra a polícia, que respondia com gás lacrimogênio e bombas de efeito moral. Vários pequenos incêndios foram registrados e pelo menos um carro foi danificado na frente de dois dos principais hotéis da capital grega.

Os principais sindicatos dos setores público e privado organizam a paralisação - a sétima do ano - em protesto às reformas de austeridade fiscal feitas pelo governo grego. A Câmara dos Deputados transformou em lei medidas que cortam os salários de empresas estatais de ônibus e ferrovias.

As medidas são exigência para que a Grécia receba um pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 110 bilhões de euros (aproximadamente R$ 248 bilhões).

Trabalhadores em greve na Grécia paralisaram voos e o transporte público e fecharam escolas nesta quarta-feira. Navios estavam parados nos portos, hospitais estavam trabalhando com número mínimo de funcionários e ministérios fechando por falta de funcionários.

Com o transporte público parado, as vias principais do centro de Atenas pareciam mais estacionamentos, dado o pesado tráfego e muitos motoristas tinham dificuldade em chegar ao trabalho. Os jornalistas também aderiram à greve e não havia transmissão por TV ou rádio.

"É bom as pessoas tomarem as ruas. Eles tiraram nossos direitos. Paciência tem limites; temos crianças e empréstimos para pagar", disse o funcionário de banco George Mihalopoulos, de 57 anos.