Justiça britânica liberta Julian Assange sob fiança

14/12/2010 23:37 - Brasil/Mundo
Por Redação

Depois de uma semana preso, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, conseguiu liberdade condicional sob fiança. A decisão foi dada nesta terça-feira por um juiz britânico, em Londres.

Assange foi liberdato sob uma fiança de US$ 310 mil (R$ 527,5 mil). O australiano de 39 anos enfrenta ainda a possibilidade de ser extraditado para a Suécia, onde é réu em dois processos, nos quais é acusado de crimes sexuais.

De acordo com a decisão, Assange deve aguardar em liberdade até a próxima audiência do caso, marcada para o dia 11 de janeiro. Seu passaporte foi confiscado e ele será monitorado eletronicamente, devendo permanecer em sua residência todos os dias entre 10h e 16h e entre 22h e 2h.

Desde a sua prisão, na semana passada, Assange conta com o apoio de diversas celebridades, como o cineasta americano Michael Moore, o jornalista e documentarista australiano John Pilger e a socialite britânica Jemima Khan, que haviam oferecido pagar a fiança do fundador do site que vazou documentos diplomáticos americanos.

Além das personalidades internacionais, o australiano é apoiado por hackers, que nos últimos dias atacaram sites que boicotaram o WikiLeaks. Uma das principais preocupações do governo britânico se deve ao fato de que ativistas do grupo Anonymous começaram uma ofensiva na internet contra empresas e instituições que puniram Assange e o WikiLeaks após o vazamento de cerca de 250 mil documentos secretos da diplomacia americana.

Após empresas de cartão de crédito, como a Visa e a Mastercard, terem cancelado os pagamentos destinados ao WikiLeaks, suas páginas na internet foram atacadas pelo grupo de hackers. Sites do governo sueco e de entidades suíças também foram alvo de ataques dos ativistas.

Recurso

Representantes do governo sueco prometeram recorrer da decisão da Justiça. A Suécia, no entanto, não vai apelar da sentença de liberdade com pagamento de fiança concedida a Assange, afirmou seu advogado Mark Stephens.

Assange alega que as acusações têm motivação política. Na audiência, ele acusou as empresas que deixaram de prestar serviços ao seu site de estarem a serviço da política externa dos EUA, e pediu ajuda para que seu trabalho seja protegido de "ataques ilegais e imorais".

Em conversa com sua mãe na prisão britânica, ele disse que não vai se intimidar. "Minhas convicções são firmes. Continuo firme aos ideais que expressei. As circunstâncias não irão abalá-los", disse Assange, de 39 anos, segundo nota entregue por sua mãe, Catherine, a uma TV australiana.

"Sabemos agora que Visa, Mastercard, Paypal e outras são instrumentos da política externa dos EUA. Não é algo que sabíamos antes", disse Assange. "Estou pedindo ao mundo para que proteja meu trabalho e minha equipe desses ataques ilegais e imorais."

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