Kosovo realiza primeiras eleições legislativas após independência

10/12/2010 15:20 - Brasil/Mundo
Por Redação

Os kosovares vão às urnas no domingo para votar em eleições legislativas antecipadas, as primeiras após a independência, o que será um teste de maturidade política do país antes da abertura do esperado diálogo com a Sérvia.

Cerca de 1,6 milhão de eleitores estão convocados a eleger os 120 deputados do Parlamento do Kosovo de um total de 29 partidos políticos que participam das eleições.

Os últimos dias da campanha foram ofuscados na última quarta-feira pelo assassinato, por parte de desconhecidos, de um militante do Kosovo pertence à minoria dos eslavos islamizados do país, diferentes dos albaneses.

Este é o primeiro incidente grave da campanha, embora o governo tenha se apressado em dizer que não afetará a realização das eleições.

Estas eleições legislativas são resultado da crise política aberta após a renúncia, em setembro, do presidente do Kosovo, Fatmir Sejdiu, e o posterior fim do governo de coalizão.

A coligação era composta pelo Partido Democrático do Kosovo (PDK), do primeiro-ministro atual, Hashim Thaci, e pela Liga Democrática do Kosovo (LDK), liderada agora pelo popular prefeito de Pristina, Isa Mustafa.

Após seu sucesso nos municípios em novembro de 2009, Mustafa assumiu as rédeas da LDK, o partido do ex-presidente Ibrahim Rugova, que morreu em 2006.

Desde o início da campanha eleitoral, Mustafa afirmou que não deseja refazer uma coligação com o PDK.

Segundo as últimas pesquisas, os dois partidos estão, lado a lado, liderando as intenções de voto.

Em terceiro lugar aparece o Movimento Nacional para a Autodeterminação, de Albin Kurti, muito criticado internacionalmente e que participa pela primeira vez das eleições.

A Aliança para o Futuro do Kosovo (AAK) tem contra si o fato de que o seu líder, o ex-primeiro-ministro Ramush Haradinaj, encontra-se detido em Haia, onde aguarda um novo julgamento por crimes de guerra perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).

As eleições chegam em um momento delicado para o Kosovo, já que a comunidade internacional, especialmente os europeus, deseja a abertura imediata do diálogo entre Pristina e Belgrado, sob os auspícios da União Europeia (UE).

Este diálogo deve servir para melhorar a convivência entre kosovares, albaneses e sérvios, e não para falar da independência do país, proclamada em fevereiro de 2008 e que a Sérvia nunca reconheceu.

Belgrado garantiu estar disposto a conversar e, oficialmente, Pristina, também, mas parece improvável que as negociações comecem antes da formação do novo governo, provavelmente em janeiro.


 

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