Nas articulações para eleger o próximo presidente da Assembléia Legislativa (biênio 2011/2012), até mesmo o que parecia impossível, está acontecendo. Para eleger o deputado reeleito Isnaldo Bulhões(PDT), estão sentados na mesma mesa de conversações o deputado estadual Antônio Albuquerque(PT do B) e o seu algoz, o ex-deputado Celso Luiz Tenório.(PMN).

Unidos pelo mesmo intuito, eles são ladeados pelos parlamentares tucanos Val Gaia e Nelito Gomes de Barros, entre os principais articuladores, em encontros freqüentes no Hotel Jatiuca e em gabinetes da Assembléia.

Aliás, um fato surpreendente é a extrema habilidade que vem demonstrando o deputado Val Gaia, no quesito ‘negociação’. Tarefa que, aliás, não tem sido difícil nem para ele (Gaia), nem para outro mentor do grupo oposicionista, Antônio Albuquerque, considerando a insistência do tucano Alexandre Toledo, em querer repetir a dose na presidência do Legislativo.

Além da gestão considerada “desastrosa”, o nome de Toledo esbarra nos colegas de chapa Marcelo Victor(PTB) e Jota Cavalcante(PDT). A rejeição aos três começa pela oposição, passa pelos deputados de primeira viagem e culmina pelos próprios colegas tucanos.

Caso o governador tucano Téo Vilela insista na candidatura de Fernando Toledo, poderá amargar sua primeira derrota no segundo mandato: na restrição à atual Mesa Diretora pesa o fato de Victor e Cavalcante não abrirem mão de serem os donos do cofre da Assembléia Legislativa, se utilizando do duodécimo de maneira, no mínimo, duvidosa.

Os telefones dos gabinetes da Assembléia estão todos cortados; café, água, copos, papel higiênico quando aparecem são levados pelos funcionários, sem contar com a suspensão recente do fornecimento de energia.

E o Executivo repassa o duodécimo religiosamente em dia.

Se dependesse dos funcionários, Albuquerque seria novamente o presidente do legislativo estadual. Mesmo lisonjeado pela preferência e reconhecimento dos servidores, o parlamentar do PTdoB prefere se manter nos bastidores – um dos suas principais características. E ajudar a derrubar Toledo.

Quem também já deu apoio declarado à candidatura de Isnaldinho foi o ex-deputado federal, Olavo Calheiros(PMDB), nome forte e irmão do líder do PMDB, Renan Calheiros, que galgou toda a campanha e garantiu vaga na Assembléia fazendo ferrenha oposição ao tucano Téo Vilela.

A melhor tendência para o governador tucano é hoje dar musculatura a candidatura do tucano Inácio Loyola, eleito pela primeira vez , mas com trânsito livre inclusive para futura negociação com a turma de Oposição a Téo. Esse diálogo, o tucano Fernando Toledo não tem. Portanto, cada vez mais a candidatura do deputado estadual Inacio Loiola se fortalecer para enfrentar o sertanejo Isnaldo Bulhões.

Aliás, é uma briga do sertão contra o sertão.