PIB do Brasil desacelera avanço e cresce 0,5% no 3º trimestre

09/12/2010 11:59 - Economia
Por Redação

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, ante o trimestre anterior com ajuste sazonal, a menor expansão desde os primeiros três meses de 2009, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A soma dos bens e serviços produzidos no País entre julho e setembro (descontadas as despesas com os insumos usados no processo) alcançou R$ 937,2 bilhões em valores correntes.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2009, a economia nacional cresceu 6,7%. No acumulado de 2010 o PIB variou 8,4% até setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Já em 12 meses encerrados em setembro, o PIB registrou avanço de 7,5% se comparando aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Segundo os dados do IBGE, a desaceleração ocorreu devido à fraqueza da indústria e da agropecuária. A indústria registrou retração de 1,3% no terceiro trimestre sobre o segundo, enquanto a atividade de agropecuária caiu 1,5%. Já o setor de serviços teve crescimento, de 1,0%. A formação bruta de capital fixo, uma medida do investimento, cresceu 3,9% sobre o segundo trimestre, o consumo das famílias avançou 1,6% e o gasto do governo ficou estável.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2009, a indústria saltou 8,3%, a agropecuária cresceu 7,0% e o setor de serviços aumentou 4,9%. A formação bruta de capital fixo saltou 21,2% na comparação anual, o consumo das famílias registrou alta de 5,9% e o do governo, 4,1%. A taxa de investimento do País ficou em 19,4% do PIB e a taxa de poupança ficou em 18,5%. No 3º trimestre de 2009, taxa de investimento havia sido de 17,7% e a de poupança era de 15,7%.

Revisão
A economia brasileira teve uma queda em 2009 mais forte do que anteriormente estimado. Segundo o IBGE, o PIB caiu 0,6% no ano passado, desempenho revisado em relação à queda de 0,2% anunciada anteriormente. O IBGE também revisou o crescimento do segundo trimestre deste ano sobre o primeiro trimestre, para uma expansão de 1,8%, ante o crescimento de 1,2% divulgado antes.

Repercussão
De acordo com analistas de mercado, a desaceleração era esperada, já que a economia brasileira não suportava o crescimento em ritmo tão alto como no primeiro semestre. "Minha leitura principal é que há acomodação em curso na economia brasileira. A gente está tendo um ajuste importante. O que aconteceu no primeiro semestre foi uma coisa atípica. É natural que agora a gente tenha uma acomodação. O ritmo em que a economia vinha não era sustentável", afirmou Roberto Padovani, estrategista-chefe da Westlb.

No entanto, para o último trimestre do ano a expectativa é de avanço maior. "A economia deu mesmo uma acomodada no terceiro trimestre, e agora no quarto deve retomar ritmo, já que sazonalmente o quarto trimestre é o período mais forte. Pelos números, dá para ver que o consumo das famílias veio forte, e com isso podemos entender que o crédito, a renda e o emprego estão impulsionando a economia. Acho que no final do ano vamos com certeza registrar um crescimento em torno de 7%, ou até mais", disse Julio Hegedus, economista da Interbolsa do Brasil.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..