Como se não bastassem as denúncias de escala excessiva de trabalho praticada no 9º e 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), agora foi a vez de alguns policiais lotados no 2º BPM, em União dos Palmares, informarem para a Associação dos Cabos e Soldados (ACS) de Alagoas a jornada abusiva. Eles estiveram na sede da entidade exclusivamente para repassar a informação e buscar auxílio jurídico para modificar o quadro.

Segundo eles, que aqui não serão identificados para não sofrer represálias, a escala de serviço daquela unidade está fixada em 24 por 48 horas. Além disso, os militares que cumprem o dia de trabalho ainda retornam na mesma noite para cumprir um expediente extra – que pode até chegar a 12 horas. O pior é que este trabalho é sem remuneração.

Um deles contou que mora muito distante de União dos Palmares, o que já o impossibilita a ter uma boa qualidade no trabalho. “Estou estressado e não vejo a hora de me mandarem para a reserva. Esta escala é absurda”, entende o associado.

Os militares estiveram na ACS para pedir uma orientação aos advogados do setor jurídico. Um deles afirmou que o seu desejo é faltar ao serviço extra, haja vista que não está mais em condições físicas de trabalhar desta forma. No entanto, a orientação dos advogados é para que os sócios busquem os seus direitos na Justiça e não ir de encontro às ordens do comandante, o que poderia provocar um procedimento disciplinar.

24/72h

A entidade move uma Ação Ordinária que tramita na 16ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual – Foro de Maceió desde o dia 03 de novembro de 2009. O processo, nº 001.09.031919-3, sobre a hora extra e a carga horária, está desde o dia 30 de agosto de 2010, segundo o Tribunal de Justiça, concluso para sentença, ou seja, só falta somente a juíza julgar. Neste caso, a ACS não tem muito que fazer a não ser esperar o que a magistrada vai decidir. A ACS tenta fixar a carga horária de 24/72 ou de 12/48.