Presidente do DEM diz que antecipou saída porque acordo era inviável

08/12/2010 23:28 - Política
Por Redação

Na tentativa de evitar um racha no DEM, o presidente da sigla, Rodrigo Maia, decidiu nesta quarta-feira convocar para o dia 15 de março de 2011 convenção nacional extraordinária do partido para eleger o seu novo comando. Com a decisão, Maia antecipa sua saída da presidência, prevista para o final de 2011.

A proposta foi apresentada por Maia durante reunião da executiva nacional do DEM, realizada nesta quarta-feira. O democrata se antecipou ao grupo do senador Jorge Bornhausen (DEM-SC), que defendia a realização de convenções em abril para a escolha do novo comando partidário.

DEM antecipa troca de direção e Agripino deve ser candidato
Aécio afirma que unidade do DEM é fundamental para 'projeto alternativo'
Painel: DEM discute saída de Rodrigo Maia da presidência do partido

O grupo de Bornhausen tentava tirá-lo da presidência como uma das condições impostas pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) para permanecer na legenda. A proposta de Maia evitou que o democrata fosse retirado do comando da sigla, sob a liderança do grupo de Bornhausen --o que dá fôlego para o deputado negociar a permanência de seu grupo político no comando até a data da convenção.

"Não adiantava insistir numa tentativa de um acordo porque ele se tornou inviável. Não poderia por uma vaidade pessoal colocar a minha vontade acima da minha vontade coletiva. E a vontade coletiva é que a gente faça uma convenção no dia 15 de março", afirmou Maia.

Na convenção, o DEM vai eleger a nova executiva nacional da sigla --que deve ocupar o mandato até o final de 2011, quando terminaria a gestão de Maia. Caberá à nova executiva definir as datas em que serão realizadas as convenções municipais e estaduais para a definição de candidaturas às eleições de 2012.

A expectativa é que os dois grupos se enfrentem na convenção, mas Maia disse que vai buscar uma saída que garanta a unidade da sigla. "O consenso é muito positivo, mas a disputa vai ser muito salutar e muito importante para a re-oxigenação do partido. Se não tivermos unidade para a convenção, que eu espero que consigamos um entendimento de chapa única, vai ser bom para o partido uma disputa também."

KASSAB

Ao deixar a reunião, Bornhausen disse que o ato de Maia foi "unilateral" e não teve a possibilidade de ser contestado durante a reunião. O ex-presidente do DEM admitiu, porém, que o presidente da sigla tem poderes pelo estatuto para convocar uma convenção nacional.

Kassab, por sua vez, disse que terá "mais tempo" para analisar o comportamento do partido até março. Mas não quis afirmar se permanecerá no DEM depois da proposta apresentada por Maia.

O senador José Agripino Maia (DEM-RN), que era apontado como o sucessor de Maia por ser um nome de consenso na sigla, disse que o presidente do partido apareceu com um "elemento surpresa" na tentativa de garantira unidade do DEM.

"Havia divergências, havia. Agora, está nas mãos da convenção decidir a nova executiva. A decisão foi do Rodrigo", afirmou.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..