As águas do conjunto de açudes localizados entre a serra da Laje e o populoso bairro Santa Maria Madalena em União dos Palmares, fizeram sua segunda vítima em menos de cinco meses.
Claudemir José da Silva, de 16 anos, filho do pedreiro José Hamilton da Silva, 41, morreu afogado depois de tomar banho no local, juntamente com mais dois amigos por volta das 14hrs de ontem (04/12).

"Eles estavam brincando nas águas do açude que a partir de sua metade tem uma profundidade de quase 2,5 metros. Cheguei a ouvir um deles que convidou outro colega para ver que tinha mais fôlego no mergulho debaixo d’água, depois estavam brincando de um afogar o outro", disse uma testemunha que pediu para ter sua identidade preservada.

O desaparecimento do estudante ocorreu por volta das 15hrs. Imediatamente, houve uma reação de moradores do próprio bairro que fizeram incursões nas águas turvas do açude, mas em princípio não conseguiram localizar o corpo.

O empresário Zé Alfredo que realiza uma obra próximo ao açude foi chamado e chegou até a conduzir uma máquina retroescavadeira para destruir parte do paredão do açude com a intenção de escoar toda a água e com isso resgatar o corpo, mas foi abordado por militares que estavam no local abortando a iniciativa do empresário da construção civil.

O que chamou a atenção da reportagem foi uma ação de extrema crendice-popular e religiosidade. Um parente da vítima trouxe para o local uma ‘cabaça’ com um pedaço de vela acesa dentro.
"Vamos colocar a cabaça dentro das águas do açude e ficar atentos, pois onde ela parar os mergulhadores pulam dentro do açude, pois é lá que o corpo se encontra", disse o tio da vítima de nome "Arroz". Foram feitas duas tentativas e sempre a vela se apagava em meio às águas.

Na terceira oportunidade a cabaça ficou parada a pouco metros de onde o corpo foi achado, mas parecia enganchada na vegetação. Minutos depois, um popular gritou sobre o achado do corpo de Claudemir José da Silva que foi arrastado para fora do açude pelas pernas diante de curiosos e populares.

Uma guarnição da PM esteve no local, isolou a área, e comunicou a Delegacia Regional que acionou os peritos do IML para remover o corpo do adolescente, além de realizar uma pericia mais apurada em Maceió e apontar a motivação do afogamento, já que foi levantada uma dúvida se houve asfixia mecânica (afogamento pelo pescoço) ou se o jovem foi afogado propositadamente.