Vinte e um estudantes que estão em moradias provisórias no município de Rio Largo desde as enchentes que atingiram 19 cidades alagoanas, visitaram nesta quinta-feira (3) o Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa). O grupo esteve no local acompanhado por uma psicóloga, três assistentes sociais do Programa da Reconstrução e quatro educadores sociais do respectivo município. A monitora do palácio, Magdally Costa, mostrou cada sala do museu e disse que tem sido frequente a visita de alunos da rede pública e privada de ensino.
“A direção das escolas liga e agenda a visita. Conhecer o museu é importante para que as crianças e jovens conheçam a história política do seu Estado”, disse a monitora, enquanto conduzia o grupo à sala, inaugurada este ano, que conta a trajetória do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda e guarda peças pessoais do escritor. As crianças e adolescentes conheceram o salão dos governadores, o nobre e a exposição Moradias – Sergipe In Foco, com obras de nove fotógrafos sergipanos. Eles registraram as moradias do baixo São Francisco e Sertão Nordestino.
A psicóloga Rosa Augusta Melo disse que o encantamento da turma começou quando o ônibus, cedido pela Secretaria Municipal de Educação, entrou em Maceió e até as lojas de peças de veículos eram novidades para eles. “Eles mudaram a rotina e não conheciam outra perspectiva de vida. Trabalhamos com ações educativas e oficinas pedagógicas com um grupo de adolescentes das moradias improvisadas em Rio Largo”, disse Rosa, enfatizando que, da turma, apenas dois tinham visitado um museu antes.
O estudante de 13 anos Douglas Lopes dos Santos era um dos mais entusiasmados da turma e disse que os professores do colégio deviam repetir a experiência, já que considera mais interessante ter aulas de história na prática que na teoria. “Aprender vendo as coisas é melhor que nos livros e a gente ainda passeia”, disse o menino, admirado com a máquina de escrever que pertenceu a Aurélio Buarque. “Devia ser estranho escrever nestas máquinas, pois no computador a pessoa não precisa sempre de papel”, comparou.
Não menos curiosa estava a estudante de 12 anos Serlândia Lúcia da Silva, que ficou encantada com o busto do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda e as “namoradeiras”. “Gostei das cadeiras de antigamente. A educadora disse que os pais sentavam ao lado dos casais para vigiar o namoro deles”, disse a menina, encabulada. Depois que conheceu as salas do museu, a comitiva seguiu para o Palácio República dos Palmares para conhecer a Sala da reconstrução e os trabalhos que o Executivo está desenvolvendo para restituir às famílias dos desabrigados das cheias moradias permanentes e vida digna.