A empresa de auditoria Deloitte, responsável pela análise dos balanços do Banco Panamericano - do empresário e dono do SBT, Silvio Santos -, deverá receber R$ 1,139 milhão neste ano pelos serviços prestados à instituição. A companhia tem recebido pesadas críticas por ter falhado em detectado os problemas que provocaram o rombo no banco - que precisou de um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para não quebrar.
O valor é 23% maior que o que foi pago pelos serviços prestados pela Deloitte em 2009, R$ 925 mil. As informações estão em um documento enviado pelo Panamericano à CVM (Comissão de Valores Mobiliários, responsável por fiscalizar o mercado financeiro) no início deste ano.
Pelo segundo dia seguido, a auditoria preferiu comentar o caso por meio de uma nota.
- Com relação ao noticiado até o momento e dada a relevância das alegações e suas implicações, consideramos prematuro e inconsequente nos manifestar antes que se possa chegar a conclusões que sejam baseadas em fatos (...) Estamos à disposição e colaborando com as autoridades constituídas para a devida apuração e esclarecimento dos fatos.
O Banco Panamericano anunciou na terça-feira (9) que receberá o empréstimo do Grupo Silvio Santos, seu acionista controlador, para equilibrar suas contas. A fonte dos recursos será o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), uma reserva guardada pelos bancos brasileiros para garantir crédito a acionistas e clientes em caso de problemas com algum associado.
O Grupo Silvio Santos, por sua vez, deu como garantia de pagamento para o empréstimo todos os seus bens - que inclui, além do próprio banco e do SBT, as lojas do Baú da Felicidade, a marca de cosméticos Jequiti, o Centro Cultural Grupo Silvio Santos, a imobiliária Sisan, a Liderança Capitalização (administradora da Tele-Sena), a Braspag (empresa de pagamentos para e-commerce e call center), o Auto Moto Shopping Vimave (venda de veículos) e o Guarujá Jequitimar (hotel), entre outros. No total, as garantias somam R$ 2,7 bilhões.
Silvio Santos disse, em entrevista publicada hoje jornal Folha de S.Paulo, que venderia o SBT (instalações e equipamentos, uma vez que a concessão da transmissão é pública) a quem pagasse a dívida de R$ 2,5 bilhões que ele assumiu com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), para cobrir o rombo do Panamericano.
- Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito. Eu não posso vender nada sem passar pelo Fundo Garantidor de Crédito.




