Tricampeão mundial de vôlei na Itália em outubro, Bernardinho voltou para casa com vergonha e conta que ainda não consegue dormir direito. O motivo foi o jogo contra a Bulgária na fase eliminatória em que a seleção entrou para perder. “Conversei sobre isso apenas com poucos amigos”, afirmou à revista ALFA, que chega às bancas na sexta-feira. “Meu constrangimento é grande.”

“Não tínhamos opção. Se eu jogo com a minha maior força ali, nós morreríamos por incapacidade física dois dias depois.” Ele conta ainda que a vergonha o dominou e até se escondeu da família. “Fiquei dois dias sem falar com meu pai, de vergonha. Mas ele me apoiou.”

Falando pela primeira vez sobre o assunto, Bernardinho diz ainda que não se orgulha do que fez. “Eu queria pedir desculpas às pessoas. Não me orgulho do que fiz, Vai contra tudo aquilo que eu sempre preguei, os princípios em que acredito.” Apesar da derrota planejada, a seleção venceu, depois do episódio, as seleções de Cuba e Itália, e faturou o tricampeonato.

Polêmica - O caso repercutiu muito, ainda mais num ano em que o jogo de equipe foi o tema mais comentado na Fórmula 1 - no GP da Alemanha Felipe Massa recebeu uma ordem cifrada da Ferrari para deixar seu companheiro Fernando Alonso passar. Em entrevista ao site de VEJA, o técnico da seleção Mano Menezes falou da difícil situação de usar o regulamento e satisfazer o torcedor, que quer títulos. E o assunto também foi debatido por José Carlos Brunoro, ex-jogador de vôlei, ex-treinador e atual dirigente de futebol, e o psicólodo do esporte João Cozac.