Auditório lotado de parentes e amigos para acompanhar o julgamento de Rafael Teixeira, que na cadeira dos réus, está sendo julgado pela morte do policial federal André Barros, ocorrida num acidente de trânsito, em 24 de maio do ano passado, na Avenida Nelson Marinho, no bairro do Murilópolis, em Maceió.

O julgamento está sendo presidido pelo juiz Geraldo Amorim e acontece no Fórum do Barro Duro. A previsão é de que a sentença seja proferida no início da noite. Estão previstas para serem ouvidas testemunhas tanto de acusação como de defesa, além dos peritos, do promotor do caso, José Antônio Malta Marques e assistentes de acusação.

Rafael Teixeira também será ouvido durante o julgamento. O advogado de defesa, Tales Azevedo, deverá usar a tese de que a morte do policial aconteceu por uma fatalidade. Com isso, Azevedo pretende que a vítima seja julgada por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) já que a morte do policial ocorreu, segundo a defesa, por imprudência no trânsito.

Mas a acusação que pesa contra Rafael Teixeira é por homicídio doloso por dolo eventual. Isso porque o acusado, ao dirigir embriagado e sem a carteira de habilitação, assumiu o risco de matar no trânsito.

A expectativa dos familiares e amigos é de que Teixeira seja condenado. "No caso do meu pai, considero uma vitória o fato de o Rafael ter sido indiciado por homicídio doloso e ir a júri popular. Temos inúmeras situações no Brasil e, algumas em Alagoas, onde as pessoas envolvidas nesses acidentes prestam serviços à comunidade, mas estamos confiantes", colocou João Paulo, filho da vítima, em recente entrevista ao Portal CadaMinuto.

O filho da vítima observou que se houver a condenação de Teixeira, outros casos semelhantes à morte de André poderão terminar com o responsável cumprindo pena em regime fechado. "Quem bebe e pega um carro, tem a mesma intenção de matar que alguém que pega uma arma. No caso de quem dirige embriagado, pode matar várias pessoas de uma vez. Estamos confiantes de que o júri vai tomar a decisão certa e que o juiz irá proferir uma sentença justa", frisou.

Relembre o caso

O acidente, que vitimou André Barros, ocorreu no dia 24 de maio do ano passado, no Conjunto Murilopólis. Rafael Teixeira conduzia uma caminhonete Ranger, de cor preta e placa MUV-3802, quando perdeu o controle do veículo, bateu em uma árvore, subiu no canteiro e colidiu com o Prisma, que era conduzido por André Barros. O policial faleceu na hora e o passageiro que vinha no carro com ele ficou ferido. Latas de cerveja foram encontradas na Ranger.

Teixeira também teve ferimentos e foi encaminhado a Santa Casa de Misericórdia de Maceió. O proprietário da caminhonete, José Amaro da Silva, 46, prestou queixa de furto na Delegacia de Plantão I, no bairro do Farol. Segundo Amaro, o jovem havia pego o veículo sem autorização.

O técnico em enfermagem ficou internado em observação no hospital e, durante toda a semana após o acidente, a assessoria da Santa Casa não divulgou informações sobre o estado de saúde do jovem, seguindo ordens da família. No dia 27 de maio, o delegado Fernando Tenório enviou uma equipe ao hospital e o Teixeira foi encaminhado para o 7º Distrito Policial.

Teixeira foi transferido para o sistema prisional e passou cerca de dois meses preso, até ser beneficiado em um mutirão da Justiça. Com a decisão, ele passou a responder o processo em liberdade.