Diz-se na literatura jurídica que “provas” obtidas por meios ilícitos são ini-dôneas e imprestáveis por se afastarem necessariamente da subordinação à estrita observância de parâmetros de caráter ético-jurídico.
No mundo ou sub-mundo político não funciona assim. Prevalecem inverda-des, mentiras, conluios e comprometimentos que azedam o parâmetro ético, machu-cam a verdade real e se constrói um abissal hiato entre a razão e o querer/ser, contan-to que se chegue ao trono.
O vale-tudo é império. Valores morais são amiudados. Valores cristãos ficam á margem. Não importa se o chão em que se pise esteja contaminado por traição a princípios morais e éticos.
É ao que temos assistido na tela dessa campanha eleitoral. Como num filme de terror mais assustador de Frankenstein ou de Edgar Alan Poe, assistimos também ao estraçalhar de consciências, á enganação medonha na confecção de eventos que confundem a boa fé do eleitor e que tiram o foco do democrático direito de escolha.
Ninguém nega que o Brasil é um país religioso. Que a religiosidade alimenta a respiração do povo, sem a qual a alma fica asfixiada e morre. Não importa o credo ou a crendice. O povo brasileiro se sustenta num mundo místico de raízes profundas na fé e também na ilusão enganadora de verbo fácil.
Nesse campo apropriado para chicanas, a sagacidade dos filhos das trevas aproveita a fragilidade do povo místico e faz seu carnaval com serpentes peçonhentas em vez de coloridas serpentinas, minando a pureza e a simplicidade do povo com a divulgação de mentiras que atingem o sentimento de fé do eleitor.
Nesse matadouro de sentimentos humanos, leva-se o punhal à garganta de Cristo sangrando-O pela traição dos seus ideais que não agasalham a enganação, que não dão assento a tramas sub-reptícias para se ter uma ascensão ao poder.
Escutar ainda a voz de Cristo com o corpo cravado na cruz a dizer: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem” numa referência clara a líderes religiosos de igrejas no Brasil que consentem deliberadamente a mentira, que ajudam divulgá-las com o objetivo único de confundir o eleitor, obstando sua escolha livre e consciente esteada na verdade.
Essas posturas, contudo, não fraquejam a fé que temos em nossa igreja e no espírito ecumênico que possuímos, mas deixamos de enxergar nesses líderes religio-sos uma legítima representação cristã junto ao povo de Deus.
Vejo-os como meros bajuladores cabos eleitorais, escudeiros da oportunida-de enganadora e leviana, numa malversação dos valores da verdade em troca de mesquinhas paixões pessoais.
Quando essa espécie de líderes das Igrejas no Brasil fala o nome de Cristo fere de morte com cutelo envenenado todos os Mandamentos da Lei de Deus.
A missão precípua das igrejas é promover o encontro da pessoa humana com Deus. É promover gestões pacificas junto a quem de direito para que todos tenham pão para comer, tenham roupa para vestir, tenham o mínimo de dignidade de vida. É orientar com critérios da verdade a todos que nela confiam dentro de uma visão única e ascendente de fidelidade a Cristo.
Noutra direção, erguendo a bandeira das paixões, disseminando irresponsa-velmente falácias e conveniências, estar-se-á prestando significativa homenagem ao mau.
Para fugir dos extremos que assediam a injustiça, de logo notificamos que existem e reconhecemos notáveis excelências e representantes de Igrejas que ale-gremente constituem exceção e são os verdadeiros e legítimos representantes de Cristo através de suas igrejas. Mas é exceção.








