A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte recebe, até esta sexta-feira (1), a visita das pesquisadoras Amy Ogan e Erin Walker, que têm como objeto de estudo a linguagem entre as pessoas e as novas tecnologias computacionais.
Durante a pesquisa, professores e monitores da Escola Anaías de Lima, localizada no bairro do Vergel, desenvolvem o “Cognitive Tutor”, software cujo objetivo é melhorar o aprendizado e solucionar eventuais bloqueios de aprendizagem entre os adolescentes. De caráter científico e financiado pela WPI, o projeto investiga a adaptação do programa em diversas culturas.
Segundo Amy Organ, aluna do Worcester Polytechnic Institute (WPI), localizado no Estado de Massachusetts, (EUA), o programa já é adotado por cerca de 5 mil escolas nos Estados Unidos. “O software é um valioso recurso para a descoberta, prática e fixação do conteúdo de várias disciplinas” assinala Organ.
“Atualmente, o ensino da matemática na escola resume-se ao giz e ao quadro. Essa pesquisa será a oportunidade de introduzir a informática na matemática. A intenção é trabalhar as duas realidades, o papel e o computador”, afirma a diretora.
Segundo a diretora Vânia Márcia, a importância desta parceria está em unir teorias e práticas distintas, geografia diferente, assim como contextos sociais. “Somos a única escola brasileira a experimentar o método de aprendizagem, espero que intercâmbio continue”, afirma.
A intenção de Amy Ogan e Erin Walker aqui em Alagoas é instalar e monitorar o aproveitamento dos alunos da Escola Anaías de Lima. O Tutor Cognitivo, software que funciona como uma espécie de professor foi desenvolvido pelas pesquisadoras “Nossa meta não é avaliar, e sim observar o comportamento do aluno diante desta nova interface educacional”, diz Erin Walker. “Cada pessoa interage de uma forma”, destaca.
Wellington Barbosa, 14 anos, um dos alunos que irá participar do estudo, acredita que a introdução da informática vai ajudar a entender a matemática. “Espero que meu interesse pelos números melhore. Se, no futuro, eu não conseguir ser cantor, ator, biólogo ou médico, e sim dono de um mercadinho, tenho que saber calcular”, brinca Wellington.
“Neste primeiro momento, a tecnologia está sendo usada para o aprendizado da matemática, especificamente para a familiarização com cálculos e funções”, explicou Amy Ogan.
Cerca de 200 alunos, da 6ª à 8ª séries, participam do estudo. “Durante o período em que estivermos em Alagoas, analisaremos os resultados dos alunos que permanecerão 80 minutos utilizando o programa. Além do conteúdo acessado pelos estudantes, interessa-nos avaliar a desenvoltura dos alunos levando em conta padrões sociais”, diz Erin Walker.
Amy Ogan afirmou nos EUA, os alunos que usaram o software obtiveram melhor desenvoltura que os alunos que não o utilizaram. “Constatamos que alunos que só usam os livros têm 60% de aproveitamento. Já os que tiveram utilizaram o computador obtiveram 80% de aproveitamento", disse.
Ainda segundo Ogan, um fato curioso é que os alunos mais pobres, que não têm computador em casa, prestam mais atenção durante o aprendizado e lidam melhor com cálculos do que alunos que têm computadores.
“Programas em computadores necessitam da presença humana. De outra forma, os alunos podem apresentar maiores dificuldades na aprendizagem ou até problemas”, afirma o monitor Marcos Pedro. “A ideia é trabalhar com mídias interativas e lidar com um número maior de alunos, sem perder qualidade e tempo”, exemplifica o monitor.
Os professores de matemática do Anaías de Lima e a coordenação do Laboratório de Informática aprovaram a aplicação do estudo e esperam que o uso do programa ajude mesmo a melhorar Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com relação à matemática em Alagoas.










