O prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Alagoas será inaugurado, nesta quarta-feira (29), no bairro de Jaraguá às 19h. Na mesma ocasião, o instituto também entrega o prédio da nova sede do Arquivo Público de Alagoas (APA) ao governo do Estado. Porém, a data da inauguração ainda não foi definida.
Desde que passou a ser ligado ao Gabinete Civil, o Arquivo Público de Alagoas (APA) vem passando por uma série de ações que visam estruturar e dar condições para que sua função de guardar e preservar livros e documentos relativos à vida pública de Alagoas seja cumprida com a excelência necessária. A nova sede, localizada no bairro de Jaraguá, é uma delas.
Preocupado com um lugar apropriado para a nova sede do APA, por meio de solicitação do governo de Alagoas, o superintendente do Iphan, Mário Aloísio Melo, com o apoio do Estado, garantiu um espaço adequado para a preservação da memória de Alagoas. Para isso, o Iphan fez alterações em seu projeto arquitetônico a fim de integrar o APA à sua nova sede de maneira a garantir a manutenção correta de seu acervo.
“A mudança de sede do Arquivo Público de Alagoas garantirá um ambiente adequado para conservar o precioso acervo”, completou o superintendente do Iphan.
Dessa forma, a nova sede do Arquivo Público de Alagoas abrange uma área administrativa operacional, que contará com uma recepção documental, sala de triagem documental, laboratório de preservação e restauração, gestão eletrônica, sala de armazenagem convencional, e uma sala de treinamentos.
De acordo com o diretor do Arquivo Público de Alagoas, Geraldo da Silva Filho, o intuito da sala de treinamentos é de que sejam oferecidos cursos periódicos à população.
“Toda a política de arquivos implantada e desenvolvida no Estado passa necessariamente pelo arquivo público. Queremos que o povo descubra o valor de preservar sua própria história, a fim de garantir às gerações posteriores os fundamentos do que foi construído no passado”, analisa o diretor.
Bem mais que um espaço de conservação da memória do Estado, as ações que vêm sendo praticadas pelo Arquivo Público de Alagoas (APA) junto ao Gabinete Civil pensam em interagir com a população.
“No processo de legitimação dos arquivos públicos, não se pode esquecer os cidadãos. Somente com o acesso à sociedade um arquivo pode exercer seu papel, mostrando-se genuinamente vivo”, observa ainda o secretário-chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado.
Acervo - O acervo do APA engloba uma série de mais de 5 mil periódicos, coleções de jornais já extintos como Jornal de Alagoas, Jornal do Povo e A Voz do Povo. São mais de três mil livros de diversas sortes, além da catalogação, disponível para consulta, do Diário Oficial do Estado desde 1912. O arquivo público conserva, ainda, documentos que se estendem do século XVII, época em que Alagoas fazia parte da Capitania de Pernambuco, até hoje.
A bibliotecária e gerente de Documentação Permanente do APA, Gisele Timóteo, trabalha na seleção dos mais de 3 mil volumes de livros que o arquivo possui. Os mais importantes são livros históricos e ligados à cultura alagoana. Ela trabalha para inseri-los em um programa de catalogação digital “É um serviço de garimpagem, a gente vai encontrando livros que nem imaginava, é sempre uma descoberta”, comenta Gisele, que já chegou a catalogar volumes de mais 200 anos.
A transferência deste acervo será dividida em duas etapas. Primeiro, o mobiliário e os equipamentos eletrônicos serão transportados e adequados aos espaços da nova sede.
Depois disso, os arquivos públicos cuidadosamente embalados serão transportados com a ajuda de uma empresa especializada em transporte de documentos públicos.
Quando os documentos chegarem até a nova sede, passarão novamente por mais uma higienização e assim, vão ser recondicionados em seus lugares próprios.










