O governo de São Paulo quer criar um megaparque -equivalente a 51 parques Ibirapuera- em Bertioga, em região com um dos metros quadrados mais caros do litoral, para proteger um rico ecossistema da expansão imobiliária, segundo reportagem de José Benedito da Silva publicada na edição deste sábado da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
O município quer excluir 10 km2 do perímetro protegido, no entorno da Riviera de São Lourenço -um dos redutos de imóveis de veraneio de altíssimo padrão na região- e na vizinha Itaguaré.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Vista da mata na praia de Riviera que vai ser preservada por um parque estadual.
Mata na praia Riviera que será preservada por parque estadual.
O parque abarcaria uma grande área de planície que vai da rodovia Mogi-Bertioga à divisa com o município de São Sebastião, no limite da ocupação urbana atual de Riviera de São Lourenço, Itaguaré, Guaratuba e Boraceia.
A planície faz a ligação do ambiente costeiro-marinho ao da serra do Mar. O parque vai permitir conservar um dos últimos remanescentes de restinga do litoral paulista -98% do que sobrou na Baixada Santista ficaria na área.
A área foi congelada em março deste ano por decreto do então governador José Serra (PSDB). Segundo o governo, foi "uma ação para evitar uma corrida imobiliária e outras formas de ocupação e atividades humanas".
Na proposta que o governo levará à audiência -feita em conjunto com a ONG WWF-Brasil-, o parque terá 80,25 km2, área semelhante à dos atuais parques da Cantareira e de Campos de Jordão.