Cientistas reunidos no Panamá, nesta sexta-feira, pediram que a tartaruga-de-pente não seja usada para obter produtos comerciais, pois a espécie se encontra em estado crítico de desaparecimento. É comum, sobretudo na América Central e no Caribe, o uso da carapaça da tartaruga por parte de moradores da costa e empresas turísticas para fabricar colares e outros artesanatos vendidos a turistas, o que provoca a caça indiscriminada do animal. O pedido foi feito pela Convenção Interamericana para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas (CIT) que, durante três dias, reuniu cientistas de 15 países no Panamá.
"Pensamos que os mesmos produtos que estão se utilizando da tartaruga-de-pente poderiam ser feitos de algum outro tipo de material", disse Verónica Cáceres, secretária da Convenção. Das seis espécies de tartarugas marinhas que vivem nas águas do continente americano (oliva, tartaruga-de-couro, cabeçuda, tartaruga-de-pente e a tartaruga de Kemp), todas correm risco de extinção, mas a tartaruga-de-couro, a tartaruga-verde e a tartaruga-de-pente estão em situação mais crítica, segundo os cientistas.
Por isso, a Convenção tentará incorporar Nicarágua e El Salvador e países do Caribe insular, como Cuba, Haiti, República Dominicana e Trinidad e Tobago para "harmonizar" políticas comuns na região, que tornem mais eficaz a proteção da espécie. As tartarugas-de-pente pode fazer seu ninho em uma praia do México, e buscar alimento nas águas do Chile ou da Argentina.
Recuperação — Verónica assegurou que, apesar da crítica situação das tartarugas, nas costas da Nicarágua e de El Salvador banhadas pelo Oceano Pacífico, estão se reportando maiores nidificações (construção de ninhos) da tartaruga-de-pente, assim como no México e na Costa Rica, das variedades conhecidas como oliva e verde.
A CIT entrou em vigor em 2001 como um tratado intergovernamental, ao qual pertencem Brasil, Argentina, Antilhas Holandesas, Belize, Chile, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Panamá, Peru, México, Uruguai e Venezuela.