O candidato ao Governo do Estado, Fernando Collor de Mello (PTB), foi o sabatinado desta quarta-feira, pela Federação do Comércio (FECOMÉRCIO) e Serviços de Alagoas. Durante o evento, o senador comentou, ao Cada Minuto, sobre a Lei Ficha Limpa. Ele apontou que o movimento – como um todo – partiu de uma iniciativa popular: uma espécie de clamor da sociedade em geral.
“Trata-se de uma lei que foi votada por iniciativa popular. Uma lei que foi levada muito a sério pela sociedade. Ela chegou ao Congresso Nacional com mais de um milhão de assinaturas, levando a Câmara a aprová-la em primeiro turno”, explicou o ex-presidente. Ele destaca que o presidente do TSE vem dizendo, reiteradamente, que essa lei vai ser cumprida.
No entanto, com relação ao fato de ser retroativa, Collor justifica que esta é uma decisão ímpar – mesmo sem entender muito de jurisprudência. “Eu não sou nenhum bacharel ou profundo conhecedor da Justiça brasileira. Mas, percebo que o entendimento - para que ela seja retroativa - não tem o interesse de prejudicar”, alfinetou.
Com propriedade de causa, Fernando Collor comenta que já foi vítima de uma decisão da Justiça. “Foram atitudes políticas, mascaradas por decisões da Justiça brasileira”, se referindo à impugnação de sua candidatura ao Governo de São Paulo, para as eleições de 1998, que foi considerado inelegível. Neste sentido, ele acredita que a Lei não merece ser discutida ou refutada: “é para ser acatada e ponto final”, alertou.
Valores agregados em projeto de Governo
Em seu discurso, o candidato reiterou que todo o seu projeto de Governo é sustentado em valores agregados. Com isso, ele entende que não dá para resolver os problemas de Alagoas de forma isolada. Isso é sentido nos temas abordados na sabatina. Ao se referir sobre o percentual de pobreza absoluta, Collor declarou que em um lugar onde reina a pobreza e a miséria, é um ‘caldo’ para a criminalidade.
“Assim, volto a repetir que, se eleito, a partir do dia 1º de janeiro, os bandidos não terão vez. Combater a criminalidade é preciso não só com o aparelhamento, mas, com o aperfeiçoamento da tropa”, explicou o candidato. Ele conta que para combater esses problemas, é preciso atuar na distribuição espacial de empregos – proporcionando melhores condições de vida. “A distribuição das vagas no mercado de trabalho se concentra, basicamente, no serviço público, comércio e agricultura em geral”, apontou.
Qualidade de vida
Fernando Collor declarou que é preciso oferecer melhores condições de vida à população. “Investir em infra-estrutura, educação e saúde é apenas o começo”, explicou. Ele tira como exemplo a cidade de Maceió que tem como principal slogan ‘O Paraíso das Águas’ e tem todas as suas praias poluídas. “Estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro. O saneamento de toda Maceió é uma necessidade urgente. Com isso poderemos contornar a diminuição da miséria e da mortalidade infantil”.
O ex-presidente sustenta seu argumento com base em um relatório divulgado pelo hospital Sírio Libanês, de São Paulo. De acordo com a informação trazida pelo candidato, 65% dos pacientes atendidos pelo SUS, no hospital, eram de doenças causadas pela falta de saneamento básico ou água potável. “Isso se tratando de São Paulo. Imaginas estas proporções no restante do país, inclusive em um estado como Alagoas”, projetou.
Dívida Pública do Estado
Com relação à dívida pública do Estado, que sangra cerca de R$ 70 milhões por mês dos cofres públicos, e ex-governador garantiu que vai propor a candidata petista – Dilma Rousseff – para, se ambos forem eleitos, que o dinheiro repassado ao Governo Federal seja investido em Alagoas. “É preciso um entendimento para que este montante possa ser revertido para a sociedade, como um todo”, explica.
Para isso, ele concorda que haja fiscalização. Collor acredita que não basta apenas que o valor seja somente investido no próprio estado. “É preciso que haja uma fiscalização, bem próxima. Para que os recursos não sejam empregados de forma irregular ou desviados de forma arbitrária”, concluiu o candidato.