Luiz Nunes Assunção, o irmão mais velho do analista de sistemas que está desaparecido há 90 dias, afirmou nesta terça-feira que a família não foi avisada por Marcos Rogério Nunes Assunção sobre a mudança de residência de São Bernardo para Itupeva. O carro do analista de sistemas foi encontrado num rio, após ele sair para trabalhar e não voltar.
"Ninguém comunicou eu, os outros irmãos ou nossos pais que eles iriam sair de São Bernardo, a última vez que eu falei com ele foi no final do ano passado", disse o irmão. Ele diz não entender o porquê "alguém sai de uma casa própria para morar de aluguel", já que o casal decidiu deixar o imóvel quitado, para morar em um condomínio como inquilinos. Segundo Assunção, a esposa de Marcos disse não saber de qualquer ameaça sofrida pelo marido e afirmou que o motivo para a mudança foi a busca "por um lugar mais calmo". Porém, Luiz contestou e disse que Itupeva, "apesar de ser uma cidade avançada, não é segura, tem muitos assaltos e sequestros, eles não pesquisaram a cidade antes, a mudança foi de uma hora para a outra".
Marcos Rogério Nunes Assunção morava no bairro Pauliceia, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Segundo o irmão, ele teria se mudado com a esposa e filhos para um condomínio em Itupeva, a 73 km de São Paulo. O analista de sistemas vinha todos os dias trabalhar na empresa Resource, no Centro Empresarial de São Paulo (Cenesp), em Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. Luiz conta que no dia 7 de abril, ele saiu pata trabalhar e não voltou. No dia seguinte, o carro do analista foi encontrado no rio Jundiaí, próximo ao condomínio em que o desaparecido morava. O Corpo de Bombeiros e amigos fizeram buscas nas margens do rio, mas não encontraram o homem.
A família está "sem saber o que aconteceu", segundo Assunção. "Está tudo parado, não temos informações, ele saiu para trabalhar, não voltou e ninguém viu nada", disse o irmão mais velho dos seis, quatro mulheres e dois homens. Segundo ele, foi pesquisado com pessoas da empresa, amigos e vizinhos antigos se Marcos estava sofrendo algum tipo de ameaça, mas "todos disseram que estava tudo bem".
A irmã do desaparecido também diz estar confusa sobre o que pode ter acontecido com seu irmão caçula. Simone Nunes de Assunção vive em São Bernardo e conta que a esposa do desaparecido, Simone Trevisani, "ligou num domingo para contar que ele (Marcos) havia desaparecido". A última vez em que ela falou com o irmão foi em janeiro e "não sabia que ele, a esposa e as duas crianças haviam se mudado para outra cidade". "Ele não avisou".
As investigações estão sob o comando do delegado Rafael Casarin Penha, da delegacia sede de Itupeva.