A greve que os controladores de voo franceses iniciaram na noite desta terça-feira, em rejeição ao projeto de fusão aérea europeia, provocará nesta quarta o cancelamento de até 50% dos voos em determinados aeroportos, como o parisiense de Orly, em plenas férias de verão.
"Nos centros de controle, a taxa de grevistas entre os controladores de voo chega a 50% em média", indicou um delegado da CGT, principal sindicato da França.
Enquanto no aeroporto parisiense de Orly (sul) 50% dos voos foram cancelados, no de Roissy - Charles de Gaulle (norte) esse índice caía para 20%.
Além dos voos paralisados em outros aeroportos do interior, como em Marselha (sul) ou Bordeaux (sudoeste), alguns terminais aéreos estavam fechados, como Metz (nordeste), Brest (noroeste) e Pau (sudoeste), segundo as autoridades aeroportuárias locais.
De acordo com a Direção Geral de Aviação Civil (DGAC), que ainda não tinha emitido um comunicado sobre a taxa de cancelamento de voos, os aeroportos de La Rochelle (nordeste) e de Biarritz (sudoeste) também estavam fechados.
Nos aeroportos do interior a taxa de cancelamento oscilava entre 8,8% e 22%.
Controladores temem desestabilização aérea
Vários sindicatos convocaram uma greve de terça a quinta-feira dos membros da DGAC, integrado por 12.000 funcionários, dos quais 4.000 são controladores de voo, porque temem um "desmantelamento da DGAC" e, com ele, dos estatutos que regem sua atividade.
A fusão do controle aéreo europeu, que prevê reagrupar os países da União Europeia (UE) em nove blocos, deverá entrar em vigor, no mais tardar, em 2012. O objetivo é racionalizar e tornar mais eficaz o controle aéreo, como parte do projeto de "céu único europeu".
A França fará parte do grupo batizado FABEC (Functional Airspace Block Europe Central), ao lado de Alemanha, Suíça, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, por onde circula 55% do tráfego aéreo europeu e que deverá ter um aumento dos voos de seis milhões, em 2008, para oito milhões, em 2018.