Na segunda-feira (19) estreia “Ti-ti-ti”, a nova novela das 19h, de Maria Adelaide Amaral. A história é um remake de um sucesso de Cassiano Gabus Mendes, escrito nos anos 1980. O duelo entre os costureiros Jacques Leclair e Ariclenes Martins é inesquecível para muitos telespectadores daquela época, como conta o doutor em teledramaturgia pela USP Mauro Alencar.
- “Ti-ti-ti” é um clássico da nossa novela. É extremamente querida pelo público. Há uma juventude muito grande que apenas escuta falar sobre “Ti-ti-ti”. Há outra juventude que escuta sobre “Plumas e paetês”. São novelas importantíssimas que falam sobre um tema pertinente, atual, que é moda. São importantes exatamente pela qualidade dos textos, dos personagens, do clima que o autor Cassiano Gabus Mendes criou. É muito sedutor rever essa obra.
Alencar destaca que “Cassiano foi pioneiro da nossa televisão. Ele foi o primeiro diretor-artístico na TV Tupi, emissora que foi inaugurada em 18/9/1950”. Em 1976, já TV Globo, ele escreveu “Anjo mau”, com Suzana Vieira. “Foi um sucesso bombástico”.
Estilo único de Cassiano Gabus Mendes
“A agilidade, o humor, a picardia são elementos básicos na obra de Cassiano Gabus Mendes. Ele imprimiu o modernismo para a novela brasileira. O que me chama muito a atenção na obra do Cassiano é também a maneira como ele observava as relações, o comportamento humano, sobretudo nos casais”.
“Outra coisa que chamava muito atenção nas novelas do Cassiano era a mobilidade social, ou seja, o desejo que o ser humano daquele personagem que está em uma situação econômica, social e deseja entrar para uma outra sociedade. Isso também começou com sua ideia do Beto Rockfeller ou seja, sujeito simples que quer ser Beto Rockfeller”.
Expectativa para o remake
“Vai ter aquele conflito de transpor o texto para o século 21. Fico curioso pra ver como a autora Maria Adelaide Amaral vai tratar uma situação amorosa, um embate entre os dois costureiros (Jacques Leclair e Ariclenes Martins), as modelos, que na época eram manequins. Tudo isso é muito estimulante. Novela sempre termina sendo retrato da sociedade contemporânea. Você pegar uma história que já foi contada para recontá-la é fascinante porque você vai ter que adaptá-la aos tempos de hoje. Mas também vamos notar que muitas coisas permaneceram da mesma maneira: por exemplo, os conflitos dos casais, de certa forma, pouco mudaram”.