Desde fevereiro em Alagoas, Maurício Coelho Rocha, delegado regional de combate ao crime organizado da Superintendência da Polícia Federal no estado, observa que acontece uma situação já observada em outras localidade do País: a migração de bandidos dentro das organizações criminosas. Rocha afirma que é comum, assaltantes e homicidas "prestarem serviço" a vários grupos, criando assim uma rotatividade dentro das quadrilhas.
"Para se comprovar isso de uma maneira bem simples basta observar os meios de comunicação. Você vê uma pessoa que foi presa agora, mas antes já havia sido detida por outros crimes dentro de outro grupo. Se fosse uma quadrilha apenas seria menos complicado identificar e coibir o crime ", disse Rocha.
O delegado colocou que é comum também criminosos de outros estados serem contratados para cometer delitos em Alagoas. "Há situações em que uma pessoa recebe para praticar um crime, vem o faz e volta para seu estado de origem", observou.
Crime organizado e eleições
Para o delegado, houve uma banalização do termo crime organizado. Rocha prefere tratar casos, onde não há a estrutura de grandes quadrilhas, como crimes violentos. E, nesse aspecto, ele destaca o Sertão de Alagoas, como um local onde acontece esse tipo de situação.
"No interior, em cidades mais distantes, há essa condição mais favorável. Mas, não é apenas aqui, ocorre em outros estados do Nordeste", disse Rocha.
Em relação a crimes políticos, o delegado colocou que já tem conhecimento de situações ocorridas em Alagoas em anos eleitorais, mas garantiu que a Polícia Federal está atenta à situação. "Estamos preparando um esquema para garantir a segurança em conjunto com as Polícias Civil e Militar e o TRE", frisou.