Trabalhadores rurais ligados ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) invadiram na manhã desta sexta-feira (11) o prédio Walmap, localizado no Centro de Maceió, e onde funcionam, em um dos andares do edifício, setores administrativos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Lideranças do movimento afirmam que o protesto acontece de forma pacífica e tem como objetivo maior pressionar o órgão para dar celeridade aos processos da reforma agrária no Estado. Vários andares já foram ocupados e funcionários do Incra e de outros órgãos que têm salas no local, começam a desocupar o prédio.

Ao todo, 1.100 trabalhadores estão em Maceió desde segunda-feira (07), onde acamparam na Praça Sinimbú. Os sem terra vieram de diversas localidades do Estado, como Agreste, Sertão, Litoral e Zona da Mata.

De acordo com um dos coordenadores do movimento, Marcos Antônio da Silva, o ‘Marrom’, agora pela manhã alguns trabalhadores seguiram para o prédio, enquanto outro grupo se une aos servidores da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), que estão em greve.

Marrom disse à reportagem do CadaMinuto que os trabalhadores pretendem permanecer no prédio, até que o órgão se posicione sobre as reivindicações do movimento. Ele confirmou que hoje a tarde está agendada uma reunião com o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho.

O líder do MLST lembrou ainda que um dos maiores problemas enfrentados pelos trabalhadores é a lentidão no processo de reforma agrária em Alagoas. “Além disso, existe muita burocracia e o não comprometimento da atual gestão do Incra”, criticou Marrom.

Ele explicou que o movimento não está reivindicando mudanças na gestão do órgão, mas afirma que não há um trabalho eficaz dos gestores o que está dificultando o processo.

Invasão na Casal

Armados de paus e facões, trabalhadores sem-terra ligados ao MLST invadiram o prédio-sede da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), que fica na rua Barão de Atalaia, Centro de Maceió, atemorizando os funcionários e provocando confusão. Eles juntaram-se ao grupo grevista do Sindicato dos Urbanitários e participaram da assembleia realizada no final da manhã no pátio interno da Companhia. Os grevistas ocuparam a entrada do prédio e instalaram tendas e mesas, que impediam a passagem de veículos e dificultavam a entrada e a saída de pessoas.

Durante a invasão dos sem-terra, muitos funcionários foram obrigados a deixar seus locais de trabalho para evitar confronto. Muitas salas foram fechadas sob ameaça de depredação. Alguns sem-terra, mais exaltados, rondaram o prédio com pedaços de madeira na mão, afrontando os que se encontravam trabalhando. No final da manhã, após participarem da assembleia dos urbanitários, os sem-terra desocuparam o prédio.