O Diretor-Geral de Policia Civil Marcílio Barenco concedeu entrevista ao jornalista Plinio Lins durante o Conversa de Botequim da noite de ontem e falou pela primeira vez sobre assuntos como a disputa política interna da Policia Civil e o plano para matar o delegado em 2008.
Sobre a disputa política o delegado reconheceu que ela existiu, mas acredita que a categoria passa por um momento de calmaria, ele falou ainda que tudo que é novo traz desconfiança, e com ele não foi diferente.
“Eu enfrentei uma manifestação quando estava com sessenta dias no cargo, disseram que eu não duraria 30, hoje sou o segundo delegado geral da PC a passar mais tempo no cargo de forma interrupta, acredito que venci a desconfiança” explicou ele.
Barenco não poupou elogios ao governador Teotônio Vilela e disse que ele jamais ligou para ele para pedir qualquer mudança de delegados. “Ele é muito mais corajoso que eu.
“Sendo político, o governador adotou a polícia da legalidade, a polícia de Estado. Hoje, não se troca delegados, não se nomeia delegados atendendo a pedidos políticos. O critério de nomeação ou de troca de delegados é meramente técnico” explicou ele
Ele explicou que a estrutura da Policia Civil vem melhorando aos poucos, citou as reformas nas delegacias, e não se furtou a falar dos governos passados.
“No governo passado, o custeio da Polícia Civil era de 300 mil reais, mas só eram liberados 50 mil reais e ainda assim atrasados. Teve mês que liberaram apenas 30 mil reais. Hoje, o governo libera 650 mil reais rigorosamente em dia e não devemos nada aos fornecedores. Tem fornecedor brigando para fazer negócio com a Polícia Civil”
Sobre carreira política Barenco foi claro ao dizer que respeita os colegas que acabam se tornando políticos, mas que ele não mistura polícia com política.
O delegado falou ainda dos assaltos a banco que acontecem durante o período eleitoral e explicou:
“Seria leviano de minha parte dizer que os assaltos a bancos registrados antes tinham conotação política. Não posso dizer isso. Mas, posso dizer que pela primeira vez prendemos assaltantes de bancos e devolvemos 200 mil reais roubados da Caixa Econômica. Se hoje, no ano eleitoral, não acontecem mais os assaltos de antes, deve ser coincidência. Mas, estamos atentos. Seja quem for que estiver envolvido nós vamos descobrir”
No fim Barenco voltou a elogiar o governador e fez um desafio aos presentes, sendo bastante aplaudido.
“Quem além do Téo, dos governadores passados, jamais ligou para o diretor da PC pedindo para mudar delegado”