Menos de um ano após sua criação, mas muitas polêmicas após seu surgimento, o Twitter da Lei Seca vai ser homenageado pelo poder público. O grupo criador do microblog, que informa onde e quando estão acontecendo as blitzes da Operação Lei Seca, vai receber a medalha Pedro Ernesto da Câmara de Vereadores do Rio, a mais importante do município.

O perfil foi criado inicialmente para informar os locais onde acontecem as blitez da Operação Lei Seca, mas, atualmente, informa também problemas no trânsito da cidade.

A proposta foi feita pela vereadora Clarissa Garotinho e comunicada aos criadores do perfil na internet esta semana. A entrega, no entanto, ainda não tem data marcada para acontecer. A justificativa da homenagem, segundo a assessoria da vereadora é a que “@LeiSecaRJ prestou um excelente serviço de informação à população, que ficou desorientada nas ruas quando as fortes chuvas atingiram a nossa cidade. O serviço espontâneo e interativo de orientação ao trânsito, elogiado inclusive pelos meios de comunicação, foi a única alternativa para muita gente, já que até o site da CET-Rio ficou fora do ar”.

Serviço de utilidade pública
“Hoje, menos de 10% do que é postado é sobre Operação Lei Seca. Somos um perfil de utilidade pública”, afirma o criador do perfil, Eduardo Trevisan, que conta com novos administradores voluntários que atuam no microblog dia e noite, todos os dias da semana.
Nos dias da chuva, conta ele, foram 40 horas seguidas de trabalho para manter o internauta informado. “Tinha acordado às 6h30 e estava numa reunião de trabalho no Centro do Rio. Voltei pra casa de metrô e fiquei duas noites acordado atualizando e filtrando mensagens no Twitter”, conta o publicitário, que trabalha, monitora e dá consultorias sobre redes sociais.

“Se eles prestaram serviço nas enchentes, ótimo, a função do Twitter é essa. O Twitter é um instrumento democrático, de liberdade de expressão, se voltado pro bem e sem comercializar. Mas, no início, foi criado com o intuito de dar pontos onde estão as blitzes e era um desserviço. A gente sabe que eles vêm prestando consultoria a empresas, vendendo camisetas, comentando o que não devia. As pessoas não devem acreditar muito nessas informações, muitas são falsas”, alerta o coordenador da Operação Lei Seca, Carlos Alberto Lopes.

Produtos licenciados com verba para reabilitação
A comercialização a que Lopes se refere é a venda licenciada de produtos com a inscrição ‘Lei Seca, eu twitto’, como camisetas, sandálias havaianas e adesivos.

“A renda é 100% revertida para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), que é uma referência em tratamento de acidentados no trânsito”, afirma ele, que já convocou seus mais de 60 mil seguidores.