A genética revelou um universo microscópico oceânico de uma imensidão e diversidades até então desconhecidas, e que ajudarão a compreender melhor o papel chave que desempenham estes micro-organismos no ecossistema, segundo estudo publicados neste domingo (18).
John Baross, biólogo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que participa de um projeto internacional destinado a fazer o censo das espécies marinhas microscópicas diz que a quantidade de espécies é muito grande.
- O número total de espécies marinhas microbianas, incluindo bactérias e micro-organismos unicelulares que carecem de núcleo se aproxima de um bilhão.
Mitch Sogin, do Laboratório de Biologia Marinha de Massachusetts diz que "a magnitude das descobertas sobre a fauna marinha foi uma das mais importantes no mundo microbiano".
Mediante a utilização de métodos tradicionais, os cientistas identificaram cerca de 20 mil gêneros microbianos marinhos, mas os avanços no sequenciamento do DNA revelaram mais detalhes sobre esse mundo.
Especialistas dizem que a identificação de espécies microbianas, zooplâncton e larvas que vivem nos oceanos e a estimativa de seu número, assim como suas respectivas funções são essenciais para compreender o alcance e a estabilidade da cadeia alimentícia da Terra, o ciclo do carbono e outras funções básicas do planeta.
Além disso, eles destacaram o potencial para a saúde que esses micro-organismos representam.
As famílias de micróbios ajudam a manter as condições necessárias para que a Terra seja habitável, segundo os autores do estudo. Tais micróbios são os menores elementos da maquinaria marinha, essenciais para o funcionamento do ecossistema global.
Eles são verdadeiras fábricas de reciclagem do CO2 (dióxido de carbono) absorvido pelos oceanos.
Também digerem nitrogênio, enxofre, ferro, magnésio e outros componentes que fazem que a fauna marinha microbiana regule a composição da atmosfera terrestre, influa no clima, recicle nutrientes e elimine contaminantes.
Os pesquisadores chamaram a atenção para a recente descoberta de uma grande massa de micróbios nos fundos marinhos das costas do Pacífico na América do Sul, com uma superfície equivalente à da Grécia.
De acordo com eles, essa grande estrutura de micróbios é uma das maiores que habitam o planeta.
Além das bactérias e dos micróbios que estão nos oceanos, há os que vivem simbioticamente na flora microbiana achada nos intestinos de centenas de milhares de animais marinhos.
Isso equivaleria a milhões de espécies de micróbios e representaria um enorme campo de pesquisa para a próxima década, como o mundo dos vírus marinhos.









