O filho do contraventor Rogério Andrade foi executado, na tarde desta quinta-feira, na pista do meio da Avenida das Américas, na altura do condomínio Barra Bali, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Diogo Andrade, de 17 anos, que estava no banco da frente do Toyota Corolla, morreu na hora. O corpo do rapaz, vestido com bermuda e camisa de malha, estava queimado.

carros e uma moto foram atacados por bandidos e ficaram completamente queimados. Outros veículos que passavam pelo local também foram atingidos. Ainda não se sabe se a mulher de Rogério estaria em um dos carros incendiados.

O contraventor também estava em um dos veículos atingidos. Rogério teve o nariz e a boca operados no Hospital Barra D'Or, no mesmo bairro. De acordo com o advogado do contraventor, Luiz Carlos Silva Neto, Rogério passa bem e não corre risco de morrer. Ele confirma, ainda, que a mulher de Rogério, Verônica, não estava nos carros atingidos. "Não tenho dúvidas que se trata de um atentado", disse o advogado.

De acordo com as primeiras investigações da polícia, a primeira hipótese seria que as granadas estariam dentro do carro do contraventor. Há informações de que Rogério Andrade passou a andar com granadas depois que sofreu o último atentado.

A outra hipótese é de que os seguranças do contraventor teria arremessado os artefatos contra o carro. Os quatro, que estava em um Vectra, estão sendo procurados pela polícia. A terceira linha de investigação é de que um motoqueiro teria arremessado as granadas no veículo que estava Rogério e o filho Diogo.

Diogo Andrade, de 17 anos, era muito ligado ao pai. Ele era filho de Andréia, ex-mulher do contraventor. No tempo em que Rogério Andrade ficou preso, o filho costumava visitá-lo diariamente. Eles malhavam juntos, em uma academia da Zona Oeste, todas as manhãs. Com a separação dos pais, Diego chegou a escolher morar com Rogério, na Barra da Tijuca. O corpo de Diogo já está no IML no Centro do Rio.

Um outro carro, um Vectra preto, foi abandonado metros depois do local do crime. De acordo com bombeiros, os primeiros a chegar no local, houve uma explosão muito forte e que tentaram controlar o fogo rapidamente, mas o fogo já havia destruídos os carros.

A Avenida das Américas chegou a ser interditada por alguns minutos. O trânsito ficou caótico no local. Homens da Divisão de Homicídios (DH) estão no local do atentado.

Contraventor deixou Bangu 1 em 2009
No dia 23 de junho de 2009, os cinco ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram, por unanimidade, soltar Rogério Andrade, um dos chefes da máfia dos caça-níqueis da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O contraventor estava preso em Bangu 1, no Complexo de Gericinó.

Rogério - que protagonizou uma guerra contra o rival, Fernando Iggnácio, deixando dezenas de mortos — havia sido condenado a 19 anos de prisão pela morte do primo, Paulinho de Andrade, filho de Castor de Andrade, em 1998, na Barra da Tijuca.

Em novembro, o advogado Luiz Carlos da Silva Neto, que defende o bicheiro, já havia conseguido, no mesmo STJ, a anulação da sentença.

Em janeiro, Rogério e Iggnácio foram condenados pela 4ª Vara Federal Criminal a 18 anos de reclusão por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e contrabando após a Operação Gladiador. Mas em março Iggnácio já havia conseguido um habeas corpus.