Conhecido como a maior máquina do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC) conseguiu nesta terça-feira (30), pela primeira vez, recriar uma situação similar aos instantes posteriores ao surgimento do Universo. A colisão de partículas, feita a uma energia de 7 TeV (teraelétron-volts), foi alcançada após duas tentativas fracassadas – o recorde anterior havia sido obtido em 2009, quando a energia chegou a 1,18 TeV.
Os cientistas conseguiram desencadear choque de prótons (partícula positiva que faz parte do núcleo dos átomos) a uma energia recorde
O sucesso do experimento abre as portas para uma nova fase na física moderna, já que agora será possível dar respostas a inúmeras incógnitas sobre o Universo e a matéria, segundo os cientistas do Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), que administra a máquina. O principal desafio é encontrar a partícula Bóson de Higgs, só descrita na teoria, e base para a explicação de diversos conceitos físicos.
Histórico
Localizado em um túnel subterrâneo circular de 27 km de extensão sob a fronteira entre a França e a Suíça, o equipamento começou a processar partículas em novembro passado, depois de ser fechado em setembro de 2008 devido a superaquecimento. O LHC foi inaugurado em 10 de setembro de 2008 e custou o equivalente a R$ 10,42 bilhões. Sua construção envolveu 7.000 físicos de todo o mundo e durou 12 anos.
Mas, menos de duas semanas depois da inauguração, o sistema teve um problema de superaquecimento e foi desligado. Cinquenta e três dos 1.624 grandes ímãs supercondutores (alguns deles com 50 m de comprimento) foram danificados e precisaram ser substituídos.
Em novembro de 2009, a máquina precisou ser desligada novamente porque um pedaço de pão, provavelmente levado por um pássaro, obstruiu o transformador elétrico.
O equipamento gigante chegou a despertar temores infundados de que poderia criar buracos negros capazes de destruir a humanidade. O aparelho foi citado no best-seller Anjos e Demônios, de Dan Brown.









